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Notícias Empreiteira se recusa a apresentar à Justiça documentos sobre empresa de José Dirceu

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JD Consultoria pertence a Dirceu e ao irmão dele. (Crédito: Reprodução)

A empreiteira OAS recusou-se a apresentar à Justiça Federal no Paraná explicações e documentos sobre a relações mantidas pela construtora com a empresa de consultoria do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP), sob a justificativa de que o juiz federal Sergio Moro poderá usar os papéis para decretar a prisão de executivos da companhiaO juiz determinou que a construtora entregasse as informações e documentos sobre os negócios com a JD Consultoria, que pertence a Dirceu e ao irmão dele, após pedido da força-tarefa de procuradores da Operação Lava-Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras.

A JD Consultoria e seus donos são alvo de investigação para apurar se pagamentos feitos à empresa do ex-ministro por empreiteiras tiveram ligação com subornos em contratos da estatal de petróleo. Entre fevereiro de 2009 e dezembro de 2013, a JD recebeu 1,6 milhão de reais da OAS, segundo a força tarefa.

A procuradoria pediu que a Justiça determinasse a entrega de todos os contratos assinados pela OAS com JD, das informações sobre as negociações, como atas de reunião, e-mails e telefones usados pelas pessoas envolvidas, de cópias dos relatórios do trabalho de consultoria ou outros documentos que possam comprovar a prestação do serviço, além de indicar todos os pagamentos feitos à empresa de consultoria.

Em despacho no dia 24 de março, Moro atendeu ao requerimento do Ministério Público. Porém, em petição protocolada na segunda-feira (11), a OAS negou-se a atender à determinação. Em relação aos contratos, a defesa argumenta que eles já foram entregues pelos advogados de Dirceu. Quanto aos pagamentos à JD, sustenta que os sigilos bancário e fiscal da OAS já foram quebrados pelo juiz.

Sobre o restante das informações e documentos requeridos pela Justiça, a defesa da OAS aponta que elas não serão fornecidos “tendo em vista a atitude pretérita desse d. juízo de determinar a apresentação delas e as utilizar para decretação injusta de prisão de particulares”.

Segundo a empreiteira, esse tipo de conduta é proibida pelas leis de Portugal e da Alemanha, que “consideram as provas obtidas por meio enganosos como nulas”.

Esses trechos da petição da construtora correspondem à posição da defesa da OAS de que a empreiteira caiu em uma armadilha quando apresentou espontaneamente comprovantes de consultorias com empresas do doleiro Alberto Youssef, um dos réus que assinou acordo de delação premiada no caso.

Ele admitiu às autoridades que as empresas dele não prestaram serviços e foram usadas no esquema de repasse de propinas. Os advogados da OAS entendem que foram enganados pelo juiz pois os documentos apresentados sobre a consultoria com Youssef foram usados para decretar a prisão de Léo Pinheiro, o presidente da empreiteira, sob o argumento de que os comprovantes de prestação de serviço eram falsos.

A empresa quer que o juiz Moro garanta que não vai adotar o expediente mais uma vez. O texto da petição indica que a determinação do magistrado será atendida caso haja “garantia de vossa excelência no sentido de que tais atitudes pretéritas em desfavor de terceiros não se repitam e a apresentação não acarrete medidas cautelares pessoais injustas”. (Folhapress)

 

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https://www.osul.com.br/empreiteira-se-recusa-a-apresentar-a-justica-documentos-sobre-empresa-de-jose-dirceu/ Empreiteira se recusa a apresentar à Justiça documentos sobre empresa de José Dirceu 2015-05-13
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