Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de dezembro de 2020
Joaquim Barbosa não descartou concorrer a presidente em 2022. O ex-ministro do STF reuniu-se dias após o segundo turno com o PSB, partido em que esteve mais perto de ingressar no passado.
No encontro, Barbosa ouviu novamente uma sondagem para entrar na política. Barbosa ainda não sabe se deseja concorrer, mas se disse preocupado com o Brasil e afirmou seguir observando o cenário para avaliar que contribuição pode dar.
Eleição da Câmara
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seus aliados no MDB, no PSDB e no Cidadania trabalham para anunciar o mais rápido possível a formação de um bloco para disputar a presidência da Casa em fevereiro de 2021. Os quatro partidos envolvidos formariam uma espécie de núcleo duro do que pretende se viabilizar como polo independente do Palácio do Planalto na disputa do Legislativo, mesmo sem ter um candidato definido.
Deputados a par das conversas em três desses partidos confirmaram que tentam recolher as últimas assinaturas de apoio ao bloco. A ideia é que, mais tarde, esse campo ganhe adesões, como PSL, Republicanos, PV e até da oposição. Há pressões em vários deles para agilizar as escolhas.
O fiador do bloco é Maia, que tem negado, sem convencer seus pares, a intenção de buscar um novo mandato. Ele ainda é visto, ao menos pelos partidos da esquerda que devem ajudar a decidir a votação, como nome de mais confiança no centro.
Outros deputados disputam o apoio dos partidos dispostos a integrar este polo contra o candidato do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), o preferido pelo governo Jair Bolsonaro. São eles: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Luciano Bivar (PSL-PE).
Para demonstrar força política, enquanto o Supremo Tribunal Federal discute se há possibilidade de reeleição no Legislativo, o que deve abrir caminho para Maia tentar um quarto mandato, a ideia é anunciar a formação do bloco o quanto antes, ainda que “incompleto”.
Nos bastidores da Câmara, a intenção de Maia era concluir essas conversas ainda nesta semana, antes mesmo de o Supremo tomar uma decisão. A demora tem aumentado desconfianças e desgastado o capital político e a capacidade de aglutinação do atual presidente da Câmara.
Ao mesmo tempo, líderes de partidos na Câmara afirmam que a revelação de que Lira esteve à frente de um esquema de “rachadinha” na Assembleia de Alagoas, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, deve atrapalhar os planos do parlamentar na disputa pela presidência da Casa.
O julgamento no STF foi iniciado na madrugada da sexta-feira (4) no plenário virtual e os ministros têm até o dia 11 para declarar seus votos. No entanto, cinco ministros já declararam seus votos a favor da possibilidade de reeleição no Congresso. Apenas um, Kássio Nunes, fez a ressalva de que no caso de Maia, que já foi reeleito duas vezes no cargo, não há a possibilidade de mais uma recondução.