Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2020
Mesmo diante da hipótese de que as primeiras doses de uma vacina contra o coronavírus sejam aplicadas no Rio Grande do Sul só na metade do ano que vem, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) já elabora um plano para o fluxo desde o laboratório até a sala de imunização. E isso pressupõe a utilização de pelo menos 5 milhões de seringas, das quais o governo gaúcho mantém em estoque mais de 80% desse volume.
Em recente comunicado à imprensa, a titular da pasta, Arita Bergmann, destacou que já está sendo finalizada a Ata de Registro para a aquisição de insumos para a campanha de imunização:
“Serão adquiridas 10 milhões de seringas com especificações para aplicação intramuscular em adultos. O Rio Grande do Sul tem 4,2 milhões em estoque. Como o Estado prevê vacinar em torno de 5 milhões de pessoas, o excedente ficará para rotina. Além disso, serão repassados insumos específicos pelo Ministério da Saúde para a campanha de combate à Covid”.
Inicialmente, a imunização será destinada a populações prioritárias definidas pelo Ministério da Saúde. A equipe técnica do Programa Estadual de Imunizações, da Divisão de Epidemiologia do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), está organizando e adequando a estrutura da rede de frio para armazenagem e distribuição das doses.
A partir da Ceadi (Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos), com sede em Porto Alegre, as vacinas serão entregues às Centrais de Frio das 18 Regionais de Saúde e em 308 câmaras de conservação de municípios com até 100 mil habitantes.
Para controle da temperatura interna das câmaras frigoríficas, a instalação recebeu sistema de hardware e software, que envia mensagem via celular e correio eletrônico em caso de variação da temperatura interna de acordo com limites programados, além de sistemas de alarmes sonoros que alertam para aumento de temperatura acima de 10°C.
Sistemas de informação e comunicação, além da capacitação profissional e educação permanente, estão previstos na planificação e organização da vacinação no Rio Grande do Sul.
Enquanto a vacina não vem…
Diante do aumento da curva de casos de coronavírus no Rio Grande do Sul, a SES está mobilizada na reativação e implementação de novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ainda neste mês, a rede passará a contar com mais 190 vagas distribuídas em hospitais das sete macroregiões gaúchas.
A secretária Arita Bergmann ressalta que, desde o início da pandemia, o Estado mais que dobrou (102%) a capacidade de leitos de UTI. Em março deste ano, a rede hospitalar gaúcha contava com 933 leitos de UTI Adulto. Desde então, este número foi ampliado com 951 novas vagas, chegando a 1.884 leitos na rede pública hospitalar. Com os novos leitos que devem entrar em funcionamento em dezembro, o aumento na capacidade instalada chega a 113%.
Para equipar os hospitais gaúchos, a SES comprou conjuntos de 230 respiradores e monitores por meio de pregão eletrônico, no valor de R$ 17 milhões. Do Ministério da Saúde foram recebidos 853 desses equipamentos. Também foi efetivada uma parceria com a GM e com o Instituto Cultural Floresta para o conserto de 161 aparelhos. Uma doação de 40 respiradores foi feita pelo projeto Todos pela Saúde.
Segundo a diretora do Daha (Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial), Lisiane Fagundes, a abertura de leitos é sempre uma ação conjunta da SES com as instituições hospitalares para que se consiga abranger a totalidade dos critérios necessários para o atendimento qualificado e adequado da população.
Devido ao aumento crescente de internações em UTIs, Lisiane faz um apelo à sociedade para adesão às medidas de prevenção ao contágio como forma de proteger os profissionais da saúde que atuam nos hospitais: “Estamos há cerca de 9 meses trabalhando sem descanso e os nossos profissionais da linha de frente têm dado o seu máximo. O maior compromisso da população com esses profissionais que estão há meses dedicando as suas vidas para salvar outras é ficar em casa, evitar aglomerações”.
(Marcello Campos)
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