Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2020
Cristiano Ronaldo revelou preferir assistir ao boxe ou UFC num bate-papo com o boxeador cazaque Gennady Golovkin. Os dois estiveram juntos em dezembro do ano passado na gravação de um documentário que foi ao ar nesta terça-feira (15).
O craque português disse, inclusive, que chegou a treinar boxe nos tempos de Manchester United, quando mais jovem, antes de se transferir para o Real Madrid e, posteriormente, à Juventus.
“Quando eu estava no Manchester United, um treinador estava treinando boxe comigo. Acho que praticar boxe pode ser bom para um jogador de futebol, pois aguça os seus sentidos e você aprende a se mover”, disse.
“Jogar futebol é minha paixão, mas assisto a outros esportes na TV. Entre uma partida de futebol ou uma luta de boxe ou UFC, escolho a segunda opção. Mas não acho que poderia ter sido um boxeador, é difícil”, afirmou CR7 à DAZN.
Cristiano Ronaldo tentou traçar um paralelo entre a vida de jogador de futebol e lutador e os desafios que a idade impõe (o atacante da Juventus tem 35 anos, e Golovkin, 38).
“Acho que nasci para ser futebolista profissional, pensei que tinha esse dom desde o início e disse a mim mesmo que iria aproveitar esta oportunidade com as minhas próprias mãos. O boxe é mais difícil porque, quando você compete, está sozinho. Você treina na academia, tem a sua equipe, mas ela não vai para o ringue com você. No nosso caso é diferente porque treinamos juntos, rimos, é um tipo de sacrifício diferente.”
“Aos 33 anos, você começa a pensar que está numa descendente, mas quero continuar jogando futebol. As pessoas podem pensar: ‘Cristiano foi um jogador incrível, mas agora é lento’. Eu não quero que isso aconteça. Você pode cuidar do seu corpo, mas esse não é o problema. Depende da sua cabeça, da sua motivação e da sua experiência. Federer, por exemplo, tem 39 anos e ainda está no topo”, completou.
Na conversa com Golovkin, Cristiano Ronaldo falou sobre a sua maior dificuldade na vida: deixar a Ilha da Madeira para morar em Lisboa aos 11 anos.
“Nós crescemos em ambientes e culturas diferentes. Foi difícil porque viemos de famílias humildes, não éramos ricos, então você teve que lutar pela sua vida. As circunstâncias em que você cresceu endurecem sua personalidade e seu caráter.”
“Eu nasci na Ilha da Madeira e com 11 anos de idade o Sporting foi falar com meus pais. Disseram que estavam interessados, mas eu deveria me mudar para Lisboa. Quando conversei com eles, minha mãe disse: ‘Filho, se for isso e você quiser, vá’. Chorei todos os dias porque sentia falta deles. Este foi o meu momento mais difícil, como a perda de meu pai. Eu acho que é bom ter emoções, elas não escondem quem nós somos. Quem disse que os homens não choram? Todos nós temos sentimentos e devemos expressá-los”, finalizou o craque.