Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2021
O sistema imunológico precisa criar a imunidade protetora, composta por anticorpos neutralizantes
Foto: Divulgação/GESPA chegada das primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 para o público prioritário é o primeiro passo para o fim da pandemia, mas não significa proteção imediata aos vacinados. Segundo especialistas, a proteção começa, em média, duas semanas após a aplicação do imunizante no paciente.
Esse também foi o intervalo de tempo usado nos testes clínicos das duas vacinas disponíveis no Brasil, a CoronaVac e a de Oxford/Astrazeneca, para medição da resposta imune dos vacinados, conforme o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri. Por isso, os dados de eficácia das duas vacinas foram medidos nesse período.
“Se uma pessoa que tomou a vacina se infectar antes desse tempo, não quer dizer que a vacina falhou, mas que não deu tempo do sistema imunológico criar a resposta imune”, explicou Kfouri.
Nesta semana, um secretário municipal de Manaus (AM) foi diagnosticado com a Covid-19 seis dias depois de ter se vacinado. Por esse motivo, os médicos recomendam que todos os cuidados para evitar a disseminação do vírus sejam mantidos mesmo após a vacinação, como o uso de máscara e a higienização das mãos.
Para ficar protegido da doença, o sistema imunológico precisa criar a imunidade protetora, composta por anticorpos neutralizantes, que impedem a entrada do vírus na célula.
Efeito da primeira dose
Entre as vacinas disponíveis no Brasil, a de Oxford/Astrazeneca foi a única que mediu a proteção adquirida depois da primeira dose. De acordo com os dados publicados, a eficácia da vacina é bem semelhante para quem tomou apenas uma dose e para quem tomou as duas: cerca de 70%. O que muda é a duração da proteção.
Segundo os especialistas, a segunda dose da vacina garante uma maior duração da proteção, embora estudos ainda não tenham descoberto quanto tempo ela pode durar.
Já a CoronaVac não mediu a eficácia com uma dose nos testes clínicos realizados no Brasil. Por isso, não é possível saber se a vacina é capaz de oferecer proteção, mesmo que de curta duração. Mas o intervalo mínimo entre as doses (14 dias) é praticamente o mesmo tempo que o corpo leva para criar a resposta imune.