Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2015
Após cair até a casa dos R$ 2,98, o dólar inverteu a tendência e fechou em alta na quarta-feira, acompanhando uma recuperação dos rendimentos de títulos do Tesouro dos Estados Unidos. O dólar comercial, usado no comércio exterior, se valorizou 0,69% sobre o real, cotado em R$ 3,038 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, cedeu 0,1%, para R$ 3,021.
“A alta no rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano motiva a saída de recursos dos emergentes de volta para os EUA, já que esses papéis são considerados de baixíssimo risco, o que os tornam mais atraentes que aplicações em mercados emergentes”, disse Tarcisio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista.
A moeda norte-americana havia começado o dia em baixa principalmente pela divulgação de um indicador que mostrou desaquecimento das vendas no varejo dos Estados Unidos em abril, alimentando a perspectiva de que o juro básico daquele país pode demorar mais para começar a subir, retardando uma fuga de recursos dos mercados emergentes.
“A quebra da barreira psicológica de R$ 3 também pode ter motivado compras pontuais de dólares por grandes ‘players’ do mercado, o que impulsionou a cotação para cima. Isso porque o mercado sabe que, se a divisa norte-americana cair para muito menos desse patamar, o Banco Central deve reduzir suas intervenções no câmbio, assim como fez no início deste mês”, acrescentou o diretor de câmbio.
A autoridade monetária brasileira rolou para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estavam previstos para o início de junho, em um leilão que movimentou US$ 393,8 milhões. A operação é equivalente à venda futura de dólares. Se mantiver esse ritmo até o final de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.
O mercado de ações teve na quarta-feira um novo dia de baixa, pressionado pelas ações da Vale. Os papéis preferenciais da mineradora, mais negociados e sem direito a voto, caíram 2,65%, para R$ 18,03 cada um. O movimento refletiu os recentes sinais de desaquecimento da China, que é o principal destino das exportações da companhia brasileira. Com o desempenho da Vale, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, recuou 0,74%, para 56.372 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,610 bilhões.
A valorização de 1,31% das ações preferenciais da Petrobras, para R$ 13,97, amenizou a perda do Ibovespa. Investidores seguiram avaliando positivamente a notícia de que a estatal vai tentar vender títulos de dívida no Brasil para levantar de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. O valor deverá ser usado para reforçar o caixa e bancar investimentos. Há também expectativa pelo balanço da companhia no primeiro trimestre, previsto para sexta-feira.