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Variedades Espera-se que mais mulheres e negros sejam indicados nas principais disputas do Oscar deste ano

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Este ano, pela primeira vez, a maioria dos diretores dessa categoria são mulheres. (Foto: Reprodução)

Há três anos, Natalie Portman apresentou a categoria de melhor diretor no Globo de Ouro com um tom de crítica. “Aqui estão os indicados exclusivamente homens”, disse ela.

Este ano, pela primeira vez, a maioria dos diretores dessa categoria são mulheres. Foi anunciado na semana passada que Chloé Zhao (Nomadland), Regina King (One Night in Miami) e Emerald Fennell (Promising Young Woman) vão disputar na categoria de melhor diretor no Globo de Ouro ao lado de David Fincher (Mank) e Aaron Sorkin (Os 7 de Chicago), e esses mesmos cineastas podem muito bem ouvir seus nomes novamente quando as indicações ao Oscar forem lidas em 15 de março.

Em uma categoria que historicamente ignorou as diretoras, isso parece um progresso. Afinal, apenas cinco mulheres foram indicadas para o Oscar de melhor diretor e, se Chloé, Regina e Emerald entrassem na lista, esse número quase dobraria em um único ano.

Mas olhe um pouco mais de perto e você perceberá que ainda há um perigoso padrão em jogo: Fincher e Sorkin receberam dezenas de milhões para fazer seus filmes, enquanto as mulheres tiveram que se contentar com muito menos. Nomadland custou menos de US$ 5 milhões, Uma Noite em Miami foi orçado em US$ 16,9 milhões e Promising Young Woman ficou por algo entre os dois valores.

Nenhuma das cinco mulheres anteriormente nomeadas para o Oscar de melhor diretor teve uma situação melhor: Jane Campion (O Piano), Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) e Greta Gerwig (Lady Bird: a hora de voar) fizeram seus filmes com US$ 10 milhões ou menos, e o orçamento de Kathryn Bigelow para Guerra ao Terror – escassos US$ 15 milhões – é o máximo que uma mulher indicada nesta categoria já recebeu.

Este ano em particular pode produzir a lista mais diversificada de indicados ao Oscar de todos os tempos, já que mulheres e negros são previstos para serem a maioria em várias disputas importantes. Mas sei que será tentador para Hollywood distribuir esses louros e depois descansar com eles.

Por exemplo, em um ano que é quase certo ver nomeados atores como Riz Ahmed (Som do Metal), Viola Davis e Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues), Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) e Leslie Odom, Jr. (Uma Noite em Miami), os integrantes da academia podem se gabar de que #OscarsSoWhite (OscarsTãoBranco) é uma coisa do passado.

Não é tão simples, e mesmo esta temporada de premiações potencialmente histórica ainda oferece uma ampla prova.

Basta olhar para a categoria de maior prestígio do Globo de Ouro, melhor drama, onde nenhum dos principais filmes protagonizados por negros foi nomeado. Nada de Uma Noite em Miami, nem A Voz Suprema do Blues, muito menos Judas e o Messias Negro ou Destacamento Blood.

Ou dê uma olhada no BAFTA, considerado o equivalente britânico do Oscar, e as “possíveis indicações” do grupo para cada categoria, lançadas na semana passada. O drama de veteranos do Vietnã de Spike Lee, Destacamento Blood, apareceu em nove dessas listas – incluindo melhor filme, roteiro e edição –, mas Lee foi claramente excluído do grupo de 20 cineastas nomeados para melhor diretor.

Você pode até pensar no ano passado, quando Parasita entrou para a história do Oscar como o primeiro filme em língua estrangeira a ganhar como melhor filme, mas não conseguiu uma única indicação nas categorias de atuação. Awkwafina e Zhao Shuzhen, vindas de um dos favoritos da crítica, A Despedida, foram igualmente esnobadas pela academia, e essas exclusões levaram E. Alex Jung do Vulture a escrever sobre “um antigo preconceito em operação aqui que vê os asiáticos como trabalhadores técnicos”.

É por isso que Jung sentiu que cineastas como Bong Joon Ho e Ang Lee poderiam ganhar Oscars enquanto os atores de seus filmes eram totalmente ignorados, e é por isso que me pergunto sobre o destino final do futuro Minari, o drama de família de Lee Isaac Chung estrelado por Steven Yeun, Yeri Han e Yuh-Jung Youn. Mesmo que um filme coreano já tenha ganhado como melhor filme no Oscar, nenhum ator coreano ou coreano-americano jamais foi nomeado. Os atores de Minari podem dar um fim a esses preconceitos de longa data?

As coisas parecem mais promissoras no Independent Spirit Awards, onde Minari recebeu três indicações para atuação e foi reconhecido nas categorias de roteiro, diretor e melhor longa-metragem também. Nessa cerimônia, que será realizada dias antes do Oscar, em abril, as categorias longa-metragem e direção são compostas exclusivamente por filmes indicados dirigidos por mulheres e negros.

Mas isso é um roteiro para a academia seguir à medida que estabelece novas diretrizes de diversidade, ou é um lembrete dos limites que já atormentaram esta indústria por muito tempo? Para ser elegível para o Independent Spirit Awards, um filme deve custar menos de US$ 22,5 milhões. Durante a temporada de premiações, diretores de grupos sub-representados raramente trabalham com muito mais.

Chloé, Regina e Emerald ainda podem fazer parte da lista do Oscar deste ano, mas o que acontecerá no próximo ano, quando filmes ainda mais caros como West Side Story de Steven Spielberg entrarem novamente na briga? Esses filmes tiveram o luxo de esperar o fim da pandemia para um lançamento mais vantajoso nos cinemas, e a categoria de melhor diretor poderia facilmente voltar para o tipo de espetáculo dirigido por “auteurs” que os homens dominam e indicam.

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