Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2021
Passageiros de Brasil, África do Sul e outros 31 países considerados pelo Reino Unido como focos das variantes da covid-19 estão obrigados a completar uma quarentena de dez dias em um hotel selecionado pelo governo. Os viajantes terão de reservar e pagar o equivalente a R$ 13 mil pela estadia no período. Os que têm como origem países fora da lista devem ficar em quarentena em casa também por dez dias.
A Escócia está exigindo que todos os passageiros internacionais, não importa de onde venham, se isolem em um hotel autorizado pelo governo assim que chegarem ao território. A quarentena obrigatória nos hotéis, que inclui refeições, guardas de segurança e testes de vírus, coloca o Reino Unido na mesma linha de alguns dos governos que foram elogiados por sua resposta ao vírus, como Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong e Cingapura.
Os britânicos sofreram um dos piores surtos de coronavírus do mundo em termos de mortes per capita. O país está sob um lockdown que já dura um mês. O objetivo é controlar um grande aumento de casos causado por uma variante do vírus, detectada pela primeira vez no sudeste da Inglaterra, que é mais transmissível e potencialmente mais mortal do que outras. Essa variação, entretanto, não apresentou resposta inferior a algumas vacinas associadas às cepas encontradas na África do Sul e no Brasil.
Campanha
O Reino Unido está vacinando rapidamente sua população. As primeiras doses chegaram a mais de um quinto dos britânicos. Em entrevista, o primeiro-ministro, Boris Johnson, chamou a campanha de vacinação de “uma conquista nacional sem precedentes”, mas alertou que a ameaça do vírus continua grave.
Os requisitos da nova quarentena aplicam-se aos cidadãos e residentes britânicos e também aos irlandeses que viajarem por aeroportos para a Inglaterra de qualquer um dos 33 países que compõem a “lista vermelha” de locais considerados de alto risco pelo governo britânico. Os Estados Unidos não estão incluídos. Cidadãos de algum país da lista, que não são residentes do Reino Unido, já foram impedidos, anteriormente, de entrar no país.
Multas
Aqueles que não cumprirem as obrigações podem enfrentar multas de até 10 mil libras (cerca de R$ 74 mil), mas preocupações começaram a surgir a respeito da capacidade do Reino Unido de lidar com o fluxo de passageiros de maneira segura. Heathrow, o aeroporto mais movimentado do país, alertou, no fim de semana, que as verificações extras necessárias no controle da fronteira poderiam criar longos atrasos.
O jornal The Times, de Londres, também relatou temor de que a falta de protocolos para limitar a interação entre viajantes de países de alto risco e outros passageiros, nos aviões e em algumas partes dos aeroportos, poderia comprometer a segurança.
“Temos o equilíbrio certo – medidas robustas, mas medidas direcionadas”, disse o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, em entrevista à emissora Sky News, no domingo (14).