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Brasil Ministério da Saúde admite risco de parar a vacinação e pede ajuda à China

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O Ministério da Saúde enviou carta ao embaixador da China. (Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde enviou carta ao embaixador da China na qual cita o risco de a falta de doses interromper a vacinação contra a Covid-19 e, por isso, pede ajuda para “averiguar” se a farmacêutica Sinopharm tem a disponibilidade de 30 milhões de doses para fornecer ao Brasil.

A vacina da Sinopharm, batizada de BBIBP-CorV, não está entre as doses negociadas ou em sondagem já anunciadas pelo Ministério da Saúde.

Em dezembro a empresa anunciou que o imunizante tem 79,3% de eficácia. A vacina da Sinopharm é do tipo que é denominada “inativada”, que utiliza o método clássico e recorre a um vírus “morto” para gerar uma reação imunológica.

Atualmente, o Brasil contra com outra vacina desenvolvida na China em sua campanha de vacinação contra a Covid-19: é a CoronaVac, da Sinovac, que foi trazida ao país após acordo do governo de São Paulo por meio do Instituto Butantan.

A carta com o pedido de ajuda na negociação com o potencial fornecedor foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, e enviada ao embaixador Yang Wanming. Em cinco pontos, Élcio cita o impacto da variante P.1, defende a vacinação como principal estratégia e faz o pedido de ajuda para o fornecimento de doses.

Doses em negociação ou potenciais fornecedores

Atualmente, de acordo com o mais recente cronograma do ministério da Saúde, a lista de fornecedores já fechados ou em negociação é a seguinte:

1-Vacina de Oxford – Acordo para recebimento de 112 milhões até julho. Entre elas, 4 milhões já foram entregues. Além disso, há previsão de 110 milhões de doses a partir do segundo semestre com produção 100% nacional na Fiocruz;

2-CoronaVac – Acordo para recebimento de 100 milhões, sendo que 15,5 milhões já foram entregues;

3-Covax Facility – Acordo para recebimento de 42,5 milhões de doses;

4-Covaxin – Acordo para recebimento de 20 milhões de doses;

5-Sputnik – Em negociação para compra de 10 milhões de doses;

6-Pfizer/BioNTech – Em negociação para compra de 100 milhões de doses;

7-Janssen – Em negociação para compra de 38 milhões de doses;

8-Moderna – Em negociação para compra de 13 milhões de doses.

Se concretizadas todas as compras anunciadas ou em negociação, o Brasil teria cerca de 545 milhões de doses, o que seria suficiente para 253 milhões de pessoas. Entretanto, o desafio do Ministério da Saúde é concluir os acordos e garantir que as entregas ocorram o mais breve possível. No cenário internacional, diversos países, incluindo aqueles que integram a União Europeia, enfrentam atrasos nas entregas das doses já negociadas.

Histórico de conflitos

O documento obtido pela TV Globo foi enviado ao embaixador da China no Brasil Yang Wanming, com quem integrantes do governo brasileiro e da família do presidente Jair Bolsonaro já protagonizaram conflitos.

Em outubro, Bolsonaro afirmou: “Não compraremos a vacina da China”, desautorizando o ministro Eduardo Pazuello, que havia negociado a aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o instituto Butantan, de São Paulo.

Veja abaixo a íntegra da carta

“Senhor Embaixador,

1-O Brasil enfrenta, hoje, nova variante do coronavírus, conhecida como P1, que se vem mostrando infecciosa e capaz de evoluir em quadro clínico grave com rapidez. O Ministério da Saúde está ciente da importância de conter essa cepa e de impedir que se espalhe pelo mundo, recrudescendo a pandemia.

2-A principal estratégia brasileira para conter a pandemia e, em particular, essa variante P1 é intensificar a vacinação. Até a presente data, já foram vacinadas mais de 9 milhões de pessoas.

3-A campanha nacional de imunização, contudo, corre risco de ser interrompida por falta de doses, dada a escassez da oferta internacional. Por conta disso, o Ministério da Saúde vem buscando estabelecer contato com novos fornecedores, em especial a Sinopharm, cuja vacina é de comprovada eficácia contra a Covid-19.

4-Nesse contexto, muito agradeceria os bons ofícios de Vossa Excelência para averiguar a possibilidade de a Sinopharm fornecer 30 milhões de doses da vacina BBIBP-CorV, em cronograma e preço a serem acordados, se possível, ainda para o primeiro semestre de 2021, com possibilidade de quantidades adicionais para o segundo semestre deste ano.

5-O Ministério da Saúde agradece toda atenção e auxílio que a Embaixada da República Popular da China no Brasil e a Sinopharm puderem oferecer ao Brasil neste momento, para aumentar a oferta de imunizantes no âmbito do Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação Contra a Covid-19.”

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https://www.osul.com.br/ministerio-da-saude-admite-risco-de-parar-a-vacinacao-e-pede-ajuda-a-china/ Ministério da Saúde admite risco de parar a vacinação e pede ajuda à China 2021-03-09
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