Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de setembro de 2015
Depois de uma semana marcada por intensa volatilidade cambial, quando a cotação do dólar chegou a ultrapassar a fronteira dos 4 reais, a presidenta Dilma Rousseff admitiu, em Nova York (EUA), que há grande preocupação a respeito da disparada do mercado de câmbio e disse que o governo está “pronto para agir”. Reforçando o discurso do presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, Dilma afirmou que o País dispõe de reservas, atualmente de pouco mais de 370 bilhões de dólares, que também podem ser utilizadas para reequilibrar o mercado.
Indagada pelos jornalistas, após a entrevista em que discorreu sobre a atual situação mundial de segurança e o drama dos refugiados ao redor do mundo, a presidenta reconheceu o problema do endividamento das empresas brasileiras. Sem considerar qualquer novo empréstimo que tenha sido tomado desde junho, a escalada do dólar neste terceiro trimestre já representa uma elevação de 30% no déficit das companhias do País.
Somente para a Petrobras, a alta da moeda norte-americano elevou o endividamento total para mais de 500 bilhões de reais, ou cerca de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. A presidenta afirmou ainda que o governo “terá posição bem clara e firme” em relação às oscilações do dólar.
Descontrole
A moeda norte-americana chegou a superar a marca de 4,24 reais ao longo dos negócios na última quinta-feira, em máxima histórica desde a criação do Plano Real, em 1994. O presidente do BC declarou no mesmo dia que a autoridade monetária poderia agir e citou o uso de reservas, o que acalmou o mercado. Tombini classificou essa poupança em dólar como um “seguro” para a economia brasileira.
Depois da intervenção de Tombini, em uma participação inédita na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, e de atuações conjuntas do Banco Central – com leilões cambiais – e do Tesouro Nacional – com venda de títulos –, a cotação do dólar recuou, fechando a semana um pouco abaixo de 4 reais.
Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também reafirmou que o uso das reservas internacionais para conter a disparada da moeda norte-americana é uma “possibilidade”, que situou como uma última linha de defesa em períodos de turbulência. “O Brasil está todo protegido”, comentou o ministro (AE)