Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 22 de abril de 2021
Estrada d'água
Foto: ReproduçãoEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O alto custo das câmaras municipais faz retomar a discussão sobre a utilidade do vereador, que passam quatro anos deliberando obviedades, até voltarem a atuar como cabos eleitorais. Duro para os municípios é sustentá-los entre uma eleição e outra. Levantamento recente indicou que 31 municípios paulistas não arrecadam o bastante para bancar sua Câmara Municipal. Borá, o menor deles, arrecada R$532 mil por ano e gasta R$720 mil com vereadores que aparecem duas vezes ao mês.
Muito mais grave
Para a Federação das Indústrias do Rio e a Confederação Nacional dos Municípios, mais de 80% dos municípios não se sustentam.
Proposta coerente
Proposta recorrente é o fim do vereador em cidades abaixo de 2 milhões de habitantes, criando câmaras de grupos de municípios, como nos EUA.
Mais de um terço
Em 1.856 prefeituras (34,8%), as receitas geradas não pagam a Câmara Municipal e nem a estrutura administrativa da prefeitura.
Olha quem paga
Em 2016, segundo a Firjan, 81,7% (3.714) dos municípios brasileiros, não geraram nem 20% de suas receitas. O resto vem do governo federal.
Petrobras: ações subiram no 1º dia de Silva e Luna
A disparada no valor das ações da Petrobras após a posse e discurso do general Silva e Luna como presidente, deixou claro que a histeria criada em torno da indicação, sob alegada “interferência” na estatal, serviu para o mercado lucrar, muito. A semana de manchetes negativas infladas por opiniões de “analistas de mercado”, fez ações despencaram a R$21,19. Na terça chegaram a R$24,81, alta de 17% em pouco mais de um mês.
Música para os ouvidos
Silva e Luna mandou bem ao prometer uma Petrobras mais forte, mas com “respeito ao meio ambiente, aos acionistas e à sociedade em geral”.
Histórico como avalista
Reconhecido pela elogiada gestão em Itaipu Binacional, o general diz que vai atuar com transparência “baseada em dados e fatos”.
Moleza tem limites
A expectativa é que a Petrobras respeite investidores, sem perder de vista que deve retribuição aos brasileiros pelos benefícios do monopólio.
Efeito-estufa mental
Europa e EUA respondem por 64% das emissões de gás carbônico do planeta e do “efeito estufa”, mas o ator Leonardo Di Caprio e a cantora Katty Perry, americanos, atacam o Brasil, que responde por 1,2%.
Militância doentia
Impressiona a indiferença do consórcio de parte da mídia, ativistas e donos de ONG saudosos dos cofres públicos. Torcem para que Joe Biden não faça acordo ambiental com o Brasil, em troca de vacinas contra Covid, porque para eles pandemia é apenas um detalhe.
Dias úteis
A vacinação no Brasil segue em aceleração e pode ser uma das razões da diminuição dos casos e mortes dos últimos dias. Nos últimos oito dias, tirando o fim de semana, a média de vacinas aplicadas foi de 945 mil.
Vai passar
Apesar de coronalovers, os números não mentem: o mês de abril começou com média diária de 74 mil casos, caiu 14,76% para 63 mil na terça. Quanto às mortes, a média caiu de 3.119 para 2.755 ou 11,67%.
Tem como piorar?
A preocupação com a perda de privilégios, regalias e salários indecentes tem ficado evidente na nata do serviço público. O discurso cínico contra a reforma administrativa é que seu objetivo é “precarizar o serviço público”.
Melhora vai além
O deputado Paulo Ganime (Novo-RJ) comemorou as novas concessões de aeroportos. Para ele, a melhora é além de investimento nos terminais e haverá geração de empregos, melhora na infraestrutura e na logística.
Geografia faz bem
Aulas de Geografia fazem falta no noticiário internacional. Há dias, uma repórter citou na TV uma fala do “governador de Minneapolis”. Faltou explicar se era o prefeito de Minneapolis ou o governador de Minnesota.
Parece mentira… e é
Situação boa mesmo é na “transparente” China, que teve 90 mil casos de covid. Montenegro, com população 2 mil vezes menor, tem 94 mil casos, e Estônia, com população mil vezes menor, tem 114 mil ocorrências.
Pensando bem…
…empresa deficitária fecha. E governo?
PODER SEM PUDOR
Estrada d’água
Ned Cavalcanti era diretor-geral de DER quando Miguel Arraes o chamou: “Dr. Ned, tem um açude lá em Santa Cruz do Capibaribe quase sangrando. O senhor pode dar um jeito nisso, fazendo um canal de concreto armado para levar água à população que está sofrendo uma seca danada?” O diretor estranhou: “Dr. Arraes, o DER não domina a construção de canais. Cuida de rodovias.” O governador de Pernambuco decretou: “O canal vai servir de estrada para a água…” O canal foi construído em tempo recorde.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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