Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Flavio Pereira | 29 de abril de 2021
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Aos poucos, os principais personagens flagrados nos sete anos da Operação Lava Jato no cometimento de crimes de dimensão internacional do escândalo do Petrolão e outros, e condenados em diversas instâncias, começam a ganhar liberdade por força de mecanismos burocráticos operados por seus defensores, e aceitos pelos tribunais superiores, em especial pelo STF. Primeiro foi Lula, figura emblemática em toda essa operação criminosa. E dentro em breve, nessa toada, praticamente todos os mentores da roubalheira na Petrobrás e em outras empresas publicas, estarão tranquilamente usufruindo do produto de suas ações criminosas.
Há no ar uma impressão de que no Brasil, o crime que envolve bilhões, realmente compensa.
O balanço feito pelo relator no TRF4
Há pouco mais de um mês, em 10 de março, o Desembargador Federal João Pedro Gebran Neto, relator dos recursos relativos à Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, ao assinalar os sete anos da operação, recordou em sessão que “estão sendo recuperados aos cofres públicos R$ 12,7 bilhões, embora os prejuízos da Petrobras estejam estimados em valores superiores a R$ 30 bilhões. Julgamos mais de 1.300 recursos relacionados à Operação Lava Jato. Alguns deles com evidência na mídia, inclusive perante os Tribunais Superiores. Evidentemente já me manifestei judicialmente sobre essas questões, e me abstenho de comentar as demais decisões judiciais. Nós temos o dever e a responsabilidade de cumpri-las.
Tenho convicção de que, no nosso proceder, atendemos aos seis valores do Código de Bangalore: a) independência; b) imparcialidade; c) integridade; d) idoneidade; e) igualdade; f) competência e diligência. E podemos nos orgulhar disso.
Todos os feitos foram julgados com dedicação, cuidadoso estudo dos autos, acurado exame das provas licitamente obtidas, apreciação dos fatos imputados e dos direitos reivindicados pelas partes. Foram muitas horas de trabalho sério, sacrifício e renúncias pessoal e familiares, em diligente esforço desenvolvido pelos desembargadores e pelas suas respectivas assessorias.
Temos a convicção de que empregamos o máximo das nossas capacidades, de que aplicamos o melhor direito e atuamos com o mais elevado espírito de justiça. As muitas decisões examinadas e mantidas pelo STJ reforçam essa convicção. Nesses sete anos, penso que não temos nada a comemorar, somente destacar o sentimento de termos dignamente cumprido a Constituição Federal, obedecido às leis do país e honrado, por isso mesmo, a confiança depositada pela sociedade brasileira”, afirmou o Desembargador Federal Gebran Neto.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.