Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de abril de 2021
Braga Netto afirmou que a maioria dos hospitais militares está com quase todos os leitos de UTI ocupados
Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilO ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, negou nesta quinta-feira (29) a existência de leitos ociosos para o tratamento da Covid-19 em hospitais militares no País.
Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, o ministro afirmou que não há sobra de leitos e que a taxa de contaminação de militares pelo coronavírus é maior do que na população em geral.
“É exatamente o contrário. Nós não temos disponibilidade [de leitos], nosso índice de contaminação é maior na família militar, que abrange o pessoal da reserva”, disse o general, sem apresentar os números. “E, curiosamente, o nosso pessoal que estava na linha de frente começou a se contaminar porque não estava prevista a vacinação desse pessoal”, completou.
De acordo com o ministro, a maioria dos hospitais militares está com quase todos os leitos de UTI ocupados. Braga Netto disse ainda que muitos têm removido pacientes para outras regiões para evitar o colapso das unidades.
“O fato é que não existem leitos ociosos nos nossos hospitais. Nossos hospitais estão completos. O leito que está vago é justamente do rodízio de quem sai da UTI para entrar quem está pior”, afirmou.
A informação a respeito da ociosidade de leitos em hospitais militares, tanto em enfermarias quanto em UTIs, foi publicada por veículos de comunicação no início deste mês. A questão está sob investigação do TCU (Tribunal de Contas da União), que chegou a determinar a divulgação de informações sobre os leitos destinados a pacientes com Covid-19.
O tema também chegou a ser tratado na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, que aprovou na quarta (28) a convocação do ministro para prestar esclarecimentos sobre a questão.
Forças Armadas
Durante a audiência, o ministro também foi questionado sobre a “politização” das Forças Armadas. “Não existe politização nas Forças Armadas. Isso é uma ideia equivocada. Houve uma troca de ministros e por uma questão funcional houve a troca de comandantes. Por uma questão até de antiguidade, os civis normalmente não entendem muito a questão da antiguidade, e para nós, isso é importante”, disse.
“Essa troca foi feita, e as Forças Armadas seguem seguindo a linha da hierarquia, disciplina, defesa da Constituição e da liberdade do povo brasileiro”, acrescentou.