Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2021
A aeronave, que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris em 1º de junho de 2009, caiu no Oceano Atlântico e matou todos os passageiros e tripulantes a bordo.
Foto: Secom/FABO líder da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo AF447 afirmou nesta quarta-feira (12) que a decisão de um tribunal francês de reverter um entendimento de 2019 de não apresentar acusações contra Air France e a Airbus ajuda a trazer conforto para as famílias dos mortos no acidente. A aeronave, que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris em 1º de junho de 2009, caiu no Oceano Atlântico e matou todos os passageiros e tripulantes a bordo.
“Penso que ninguém vai ser punido. Os diretores, os funcionários [das empresas] mudaram, é isso que a gente não se conforma. Mas vamos ver o que vai acontecer”, afirmou Nelson Marinho, pais de um entre os 228 mortos no acidente, em entrevista a uma emissora.
Por telefone, ele – que tem duas filhas que vivem na França – relembrou que estavam a bordo do voo passageiros de 32 nacionalidades – incluindo 58 brasileiros.
No Brasil, a legislação impede que empresas respondam criminalmente por delitos como homicídios. Mesmo assim, de acordo com Marinho, a associação requereu, ainda em 2009, uma investigação junto à Polícia Federal e à PGR (Procuradoria-Geral da República).
Até agora, de acordo com o líder da associação, não houve conclusões. A Associação dos Familiares das Vítimas do Voo AF447 acredita que não houve falha humana, mas sim falhas mecânicas da aeronave.
Novo entendimento do tribunal
Na manhã desta quarta-feira (12), o Tribunal de Apelação da França reverteu uma decisão de 2019 e determinou que as AirFrance e Airbus respondam por “homicídio culposo” no caso da queda do vôo 447.
Segundo informações de agências de notícias internacionais, a investigação francesa indicou que a tripulação lidou mal com a perda recorrente de dados de velocidade de sensores bloqueados com gelo, o que teria causado a perda de sustentação da aeronave e a consequente queda.
Advogados da Air France e da Airbus alegaram que vão recorrer da decisão e tentar anulá-la perante o Tribunal de Cassação Francês, a mais alta corte de apelação do país.
A Air France informou que a companhia não cometeu nenhum crime. Em nota, a empresa disse que “reafirma sua confiança em todos os seus pilotos e tripulantes e reforça que a segurança de seus clientes e funcionários é sua prioridade absoluta” e “sempre se lembrará das vítimas desse terrível acidente”.