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Política CPI da Covid: ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello diz que faltou oxigênio em Manaus por três dias

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O general foi convocado para prestar depoimento na CPI da Pandemia

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O general foi convocado para prestar depoimento na CPI da Pandemia. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou nesta quarta-feira (19), em depoimento à CPI da Covid, que o estoque de oxigênio hospitalar em Manaus (AM) ficou negativo durante três dias em janeiro.

“Quando a gente observa os mapas, a gente vê que a White Martins [empresa fornecedora de oxigênio] começa a consumir seus estoques já no fim de dezembro. Então, ela tem um consumo, uma demanda, e começa a entrar no negativo, e esse estoque vai se encerrar no dia 13 [de janeiro], quando acontece uma queda de 20% na demanda e no consumo do Estado. No dia 15, já voltou a ser positivo o estoque de Manaus”, afirmou Pazuello.

A fala gerou protestos de alguns senadores. Eduardo Braga (MDB-AM) disse que o ex-ministro estava mentindo e que a carência do insumo durou mais. “Informação errada, mentirosa. Não faltou oxigênio no Amazonas apenas três dias. Faltou oxigênio na cidade de Manaus por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos. É só ver o desespero”, interveio o senador.

Pazuello respondeu: “Não são os dados que estão comigo”. Em seguida, Braga lembrou que as mortes por falta de oxigênio em Manaus ocorreram por vários dias no início do ano. “Não, ministro, desculpe. Nós tivemos pico de mortes por oxigênio em Manaus no dia 30 de janeiro. Antes, ficamos dependendo da ajuda do [ator] Paulo Gustavo, do [cantor] Gustavo Lima. Vamos parar de ficar dizendo que foram três dias de falta de oxigênio”, disse o senador.

Braga também criticou o fato de o governo não ter enviado, no auge da crise, um avião para buscar oxigênio doado pela Venezuela. “Eu só quero complementar que do dia 10 a 20 de janeiro, quando chegou o avião da Venezuela, passaram-se dez dias morrendo, em média, 200 pessoas por dia no Amazonas. Foram 2 mil amazonenses que morreram. Nós poderíamos ter colocado aquele oxigênio. E quero dizer o seguinte: faltou dinheiro do governo do Estado para fazer isso? Não. Faltou vontade política do governo federal em fazer isso? E por que não fez? Por que não deu as informações ao ministro Ernesto Araújo para que o avião dos Estados Unidos pudesse ter ido à Venezuela buscar o oxigênio e levar para o Amazonas para salvar vidas?”, concluiu Braga.

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