Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de maio de 2021
Depoimento foi suspenso após o plenário do Senado ter iniciado sessão de votação de projetos.
Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoO depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid foi suspenso na tarde desta quarta-feira (19) e, ao deixar o Senado, Pazuello disse que será retomado nesta quinta (20). Em seguida, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), confirmou a informação.
Pazuello presta depoimento na condição de testemunha. A reunião da CPI foi suspensa porque começou, no plenário do Senado, a sessão de votação de projetos. Logo depois, o senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que Pazuello passou mal. O ex-ministro negou.
Inicialmente, Omar Aziz, presidente da CPI, havia informado que o depoimento seria retomado após a sessão do plenário do Senado. No entanto, antes de a sessão ser encerrada, Pazuello deixou o prédio do Senado e afirmou que retorna nesta quinta.
A CPI já havia marcado para quinta-feira o depoimento de Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde que defende o uso da cloroquina contra a Covid, embora o remédio seja cientificamente comprovado ineficaz contra a doença.
Segundo o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com a continuidade do depoimento de Pazuello, o de Mayra deve ficar para o próximo dia 25.
O depoimento de Pazuello
O depoimento de Pazuello é um dos mais aguardados por integrantes da CPI. General do Exército, o ex-ministro comandou a Saúde entre maio de 2020 e março de 2021.
A gestão de Pazuello foi marcada por uma série de polêmicas e, durante esta quinta-feira, primeiro dia de depoimento, os senadores abordaram temas como:
No depoimento, entre outros pontos, Pazuello disse que:
Durante a sessão, Omar Aziz, presidente da CPI, chegou a alertar ao ex-ministro que “faltar com a verdade” gera “consequências muito grandes”.
Para o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-ministro Pazuello está colaborando “muito pouco” com as investigações.
Para Renan, Pazuello faz um “exercício muito grande” para não responder às perguntas dos senadores. O senador disse ainda que vai propor a contratação de uma agência para chegar as informações dadas pelo ex-ministro.
Habeas corpus no STF
Na semana passada, Pazuello obteve um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para ficar calado na CPI sempre que entender que as perguntas dos senadores podem levá-lo a se autoincriminar.
Durante o depoimento desta quinta, Pazuello afirmou que iria responder a todas as perguntas.
Depois do anúncio sobre o adiamento, o presidente da CPI, Omar Aziz, disse em entrevista que Pazuello “não foi constrangido em nenhum momento” durante o depoimento. “E vamos ter que ter mais fatos, não versões. Queremos fatos”, acrescentou Aziz, em outro trecho.
Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também concedeu entrevista para outra emissora de TV e disse que Pazuello se contradisse sobre alguns temas, como as negociações envolvendo a farmacêutica Pfizer.
“Foi um depoimento sofrível, com contradições flagrantes”, ressaltou.
Randolfe alertou, no entanto, que, se a comissão, tiver que fazer acareações entre depoentes, “o restante da CPI vai ser somente de acareações”.