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Rio Grande do Sul Uruguaiana instala barreira sanitária na fronteira com a Argentina para evitar a entrada da variante indiana do coronavírus

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A divisa com Paso de Los Libres é uma das mais movimentadas da fronteira entre os dois países. (Foto: Divulgação/CGT Camioneros)

Em meio à preocupação das autoridades com o risco de entrada da variante indiana do coronavírus, a prefeitura de Uruguaiana instalou nesta quarta-feira (24) uma barreira sanitária na fronteira com Paso de Los Libres, na Argentina, país que já tem confirmadas os primeiros casos da nova cepa. A iniciativa inclui testes rápidos em pessoas com suspeita de contágio .

A cidade é o principal acesso para a Argentina por meio do Rio Grande do Sul, é um dos pontos mais movimentados da Fronteira Oeste. Quem ingressa no Estado por ali é submetido a medição de temperatura corpórea e entrevista por agentes da área da saúde, a fim de mapear possíveis contatos com contaminados. Outra ação adotada é o monitoramento dos locais de origem e destino desse contingente.

De acordo com o prefeito Ronnie Mello, a fiscalização e a orientação estão sendo intensificadas. “Antes mesmo de ingressar no Brasil através de Uruguaiana, os viajantes receberão orientações e atendimento nas unidades de barreira”, reiterou. As barreiras contam com o apoio logístico do Exército, Receita Federal e Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

Ele acrescenta que a iniciativa foi um dos planos apresentados pela administração municipal em resposta à exigência do governo do Rio Grande do Sul no novo modelo de monitoramento “3 As” [Aviso, Alerta, Ação], que no final semana passada inseriu a região em nível de Alerta, o segundo mais severo na trinca.

Caminhoneiros

Além disso, já estava previsto para o dia 31 de maio o início do processo de testagem de coronavírus em caminhoneiros que  circulam pelo Rio Grande do Sul transportando cargas rumo à Argentina e o Chile. Ambos os países exigem que os condutores brasileiros apresentem exames do tipo RT-PCR negativos para que os veículos possam cruzar as fronteiras.

Os pontos estratégicos serão instalados em municípios que fazem parte das rotas de viagem, como Canoas, Cachoeirinha, Osório, Caxias do Sul, Vacaria, Bento Gonçalves, São Marcos, Passo Fundo e Uruguaiana.

Com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Exército, a iniciativa está inserida no âmbito do projeto “Vigilância de Fronteiras”. Todos os insumos necessários aos testes (cotonetes de coleta nasal e faríngeo, bem como kits para o procedimento) serão oferecidos pelo Ministério da Saúde.

O profissional deverá portar um documento denominado MIC (“Manifesto Internacional de Cargas”), a fim de comprovar que cruzará a fronteira para outro país. Todo o material recolhido nos pontos de coleta será enviado para o Laboratório Central do Estado, em Porto Alegre.

Conforme anunciado na última sexta-feira (21) pela titular da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Arita Bergmann, os municípios estão estruturados para fazer os testes nos transportadores de carga”:

“Conseguimos alinhar e definir os pontos de coletas e com isso selamos o compromisso de iniciar os testes no dia 31 de maio.” Ainda segundo ela, a parceria com os postos da PRF e com o Exército é fundamental na logística de apoio: “Aproveitamos o potencial de todos porque unidos conseguimos resolver os problemas”.

No mês passado, a obrigatoriedade de apresentação do teste negativo para coronavírus chegou a motivar protestos de caminhoneiros brasileiros e argentinos na fronteira entre os dois países. O governo da Argentina chegou a suspender por algumas horas o ingresso de veículos oriundos do Brasil.

Contingente estimado em mais de 1,2 milhão de trabalhadores em todo o Brasil (conforme o Ministério da Saúde), os caminhoneiros são frequentemente expostos ao contágio por coronavírus. Dentre os motivos está a ampla circulação dos profissionais por diferentes regiões.

Não raro, eles descobrem na estrada que estão contaminados. Muitos deles não possuem dinheiro para se hospedar em hotéis de beira de estrada e acabam sem alternativa que não a de cumprir isolamento dentro da própria boleia do
veículo. Para piorar a situação, ainda não há previsão de quando a categoria começará a ser vacinada contra a covid.

(Marcello Campos)

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