Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Flavio Pereira | 4 de junho de 2021
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Merece uma reflexão, diante do silêncio de médicos, das “mulheres empoderadas”, a nota emitida pelo Conselho Federal de Medicina repudiando o tratamento conferido pela CPI da Covid a médicos, especialmente às mulheres que prestaram depoimento à comissão. As manifestações dos senadores revelam “ausência de civilidade e respeito”, segundo o CFM. Esse desrespeito, diz o Conselho, afronta médicos profissionais que têm se desdobrado diariamente na linha de frente do combate à Covid-19. O presidente do CFM, médico Mauro Ribeiro, repudia em especial, o comportamento do senador e médico Otto Alencar, que agrediu verbalmente e desqualificou o conhecimento médico da colega dra. Nise, na CPI, e “beira a misoginia” (ódio ou aversão às mulheres).
Comparando os currículos
O Senador Otto Alencar, “médico” com atuação em Salvador e Aratu e que se intitula “professor”, desqualificou a trajetória médica da dra. Nise Yamaguchi. Compare as trajetórias na área da saúde:
Nise Yamguchi
Dra. Nise Hitomi Yamaguchi, 60 anos, graduou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1982 e completou a Residência em Clínica Médica e Imunologia e Alergia no Hospital das Clínicas da FMUSP em 1988. Durante os seus estudos realizou cursos na Alemanha e Suíça sobre a visão humanística do Paciente e seus familiares, participou de reuniões em Nova York, com cientistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, onde aprendeu aspectos da Imunologia de Tumores que resultaram na Tese de Mestrado defendida na Disciplina de Imunologia do HCFMUSP em 1993.
Frequentou o MD Anderson Cancer Center em Houston, onde realizou os experimentos nos laboratórios do Professor Xiaochu Xu , sob os auspícios do Dr. Waun Ki Hong e do Dr. Reuben Lotan , e defendeu a tese de Doutorado na Disciplina de Pneumologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em 2002.
Tem o título de Médica Cancerologista com área de atuação em Oncologia Clínica pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Cancerologia(SBC), tendo sido Diretora Científica da SBC entre 1997-2000.
Participou do International Affairs Committee da American Society of Clinical Oncology e é Cientista Senior do Instituto de Prevenção e Pesquisa e co-fundadora da World Cancer Alliance sediado em Lyon, editou dois livros com o grupo de pesquisadores: State of Oncology 2013 e o Breast Cancer Report 2012.
É Diretora Presidente do Instituto Avanços em Medicina, Diretora Presidente do Instituto Nise Yamaguchi e é médica voluntária do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
É médica do Hospital Israelita Albert Einstein, diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Mulheres Médicas do Estado de São Paulo e do Brasil. Foi laureada com inúmeros prêmios. Dentre os mais recentes destacam-se: Prêmio Latino-Americano – Cidade do México- Reconhecimento como fundadora das Conferências Latino-Americanas sobre Câncer de Pulmão.Prêmio de reconhecimento do Instituto Internacional de Prevenção e Pesquisa – Lyon-França (International Prevention and Research Institute recognition Award – Lyon-France)
Otto Roberto Mendonça de Alencar
Otto Alencar prestou vestibular para Medicina pela Universidade Federal da Bahia, onde se formou em 1972. Fez residência médica no Hospital Getúlio Vargas, na Bahia, especialização no Hospital das Clínicas de São Paulo e curso de medicina do Trabalho e Saúde Ocupacional na UCSAL (Bahia). Sua carreira como médico começou em 1973, quando foi nomeado no governo de Antonio Carlos Magalhães, médico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia. Trabalhou no Hospital Getúlio Vargas de Salvador, e no Centro Industrial de Aratu (BA). Foi Professor Assistente da Faculdade de Medicina da UFBA, além de ter trabalhado no Hospital Santo Antônio (BA).
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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