Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Cláudio Humberto | 6 de junho de 2021
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confia na falta de memória nacional e na cobertura infantil da política, sobretudo em Brasília, para contar lorota. Ele disse ser melhor que a CPI exagere, do que não ter CPI. Ele pensava muito diferente quando foi presidente e entrou para a História como um profissional em manobras muito pouco republicanas para impedir a instalação de CPIs que investigassem seus governos.
Do jeito que for
Há 20 anos, em maio de 2001, o governo FHC foi acusado a pressionar e até chantagear deputados a retirar apoio à CPI da Corrupção.
Operação abafa
A “operação abafa” da CPI da Corrupção foi “comandada diretamente” pelo ex-presidente, segundo denunciou os jornais que hoje o bajulam.
Acusação familiar
À época, senadores como Eduardo Dutra e Heloísa Helena acusaram o governo FHC de comprar o sepultamento da CPI com verbas públicas.
Sivam, outro caso
O PT pediu, em 1996, a CPI do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Demorou 5 anos para ser instalada… e acabou em pizza, claro.
Enquanto Anvisa hesitava, 702 podem ter morrido
Enquanto a diretoria da agência reguladora (Anvisa) tergiversava por quase nove horas, sexta (4), sobre autorização excepcional e temporária das vacinas Covaxin (Índia) e Sputnik V (Rússia), 702 pessoas podem ter morrido de Covid no Brasil. Com a média de óbitos diários (1.862), 78 pessoas perdem a vida a cada hora. Nas 9 horas de reunião, seriam 702 brasileiros vítimas do vírus e da burocracia da Anvisa, que há meses dificulta a adoção de ambas as vacinas, utilizadas em todo o mundo.
Barra-vacinas
Participaram da reunião oito burocratas, incluindo o presidente, Antonio Barra Torres, que o humorista Zé Simão chama de “Barra Vacinas”.
Alô, CPI
O Brasil comprou há meses 30 milhões de doses da Covaxin e Sputinik V, mas a Anvisa se apegou a preciosismos para negar sua autorização.
Genocídio?
A Sputnik V pediu registro na Anvisa em janeiro, a Covaxin, em março. Pelos padrões da CPI, a demora já merecia ser chamada de genocídio.
Reorganizando a mina
O deputado Acacio Favacho (Rep-AP) será relator da medida provisória que reorganiza cargos comissionados no Poder Executivo. A MP 1042 está entre as principais prioridades dos parlamentares. Sem surpresa.
Reserva libertadora
Em nome da doutrina Geisel/Golbery, que permitiu a volta pacífica dos militares aos quartéis após o fim do regime, o general Eduardo Pazuello tem sido aconselhado a passar para a reserva e, assim, ficar livre para perseguir suas aspirações políticas, legítimas como quaisquer outras.
Na vanguarda
Líder do Novo, o deputado Vinícius Poit comemorou o Marco Legal das Startups. Para o deputado, a sanção traz segurança e menos burocracia para investidores. “Coloca o Brasil no caminho da modernização”, disse.
Há vagas
Com economia aquecida no agronegócio, o Mato Grosso do Sul está no 9º lugar no ranking de ofertas de emprego. Marcos Derzi, presidente da Fundação do Trabalho, celebra a retomada.
CPI neles
O Amapá de Randolfe Rodrigues (Rede) é o estado com a menor taxa de aplicação de vacinas (7%, na sexta) e é o que menos tem vacinas para aplicar na população: 17% do necessário. No país, a média é 24,5%.
Oportunidade
O Instituto de Estudos Estratégicos de Tecnologia e Ciclo de Numerário recebe até o dia 14 artigos de economistas, juristas e cientistas sobre dinheiro e meios de pagamento. Os melhores serão publicados em livro.
100% de curas
Apenas nove mini-países registram 100% de cura e nenhuma morte por Covid: Anguila (15 mil habitantes), Falklands (3,5 mil), Vaticano (807), Saint-Pierre e Miquelon (5,7 mil), Ilha Salomão (700 mil), Marshall (60 mil), Samoa (200 mil), Santa Helena (6 mil) e Micronésia (116 mil).
Roncar custa caro
Estudo norte-americano estima que 936 milhões de pessoas sofrem de apneia do sono, e 80% nunca foram diagnosticadas. Noites mal dormidas reduzem a produtividade em cerca de R$ 4 mil por funcionário, por ano.
Pensando bem…
…após o presidente da CBF, a CPI deveria convocar o “mercado” a explicar a economia que cresce, a bolsa que não para de bater recordes e o dólar que não para de cair.
PODER SEM PUDOR
Hóspede indigesto
Mocidade era figura folclórica na Paraíba dos anos 1960. Não tinha emprego, mas andava bem-vestido graças à generosidade de pessoas como o governador João Agripino, que até permitiu que ele morasse no palácio. Mas Mocidade adorava atacar o governador e pregava a invasão do palácio para “derrubar o governo!”. Agripino soube e o chamou para almoçar: “Mocidade, quem lhe dá quarto e comida?” Ele reconheceu: “O senhor.” Agripino emendou: “Como, então, você convoca uma multidão para derrubar o governador?” Mocidade respondeu com o garfo suspenso na altura do queixo: “Governo tem que se lascar, existe para ser derrubado…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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