Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 9 de junho de 2021
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Enquanto o mundo se livra dos cartórios e o Banco Central luta para reduzir o “custo Brasil”, o lobby do setor quer afundar o País ainda mais no atraso que representa a “indústria da desconfiança”. Até pautou no Senado a votação de projeto permitindo protesto em massa de consumidores, ao legitimar cobranças proibidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como sempre, a jogada é impor aos cidadãos novas taxas para aumentar artificial e abusivamente os lucros dos cartórios.
Aproveitadores
Em plena crise, com muitos desempregados, o projeto oportunista dos cartórios os autoriza a promover protestos de forma massificada.
Jogada rastaquera
O CNJ proibiu os cartórios de fazer os consumidores pagarem serviços de uma “Central Nacional de Serviços Eletrônicos Compartilhados”.
São uns artistas
Conselheiros do CNJ perceberam que a jogada era fazer o consumidor pagar serviços que a tal “central” na verdade presta aos cartórios.
Lei? Ora, a lei
Os cartórios ignoraram a proibição do CNJ e continuaram fazendo a cobrança ilegal. Agora quer mudar a lei para “legalizar” a jogada esperta.
STF discutirá se desautoriza Bolsonaro outra vez
O Supremo Tribunal Federal (STF) está exorbitando de suas prerrogativas, segundo juristas, ao levar para seu plenário a decisão sobre a realização da Copa América, cuja abertura está marcada para domingo (13). O problema é que não há questão de constitucionalidade envolvida nesse torneio, por isso prospera a avaliação de que o STF, na verdade, vai deliberar outra vez sobre desautorizar o Poder Executivo.
Aposta certa
O caso foi levado ao STF por partidos de oposição como PT e PSB, que em geral têm conseguido o que desejam de vários dos seus ministros.
Derrota esperada
O relacionamento difícil entre Jair Bolsonaro e o STF torna muito provável uma nova decisão desfavorável ao presidente.
Iniciativa tardia
Com sua visita ontem ao ministro Luiz Fux, presidente do STF, Bolsonaro tentou criar um clima melhor. Mas talvez tenha sido uma iniciativa tardia.
A vida como ela é
A médica Luana Araújo não passou no filtro da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que investiga indicados, ou pelo crivo da Casa Civil. Coube a Queiroga a tarefa do titular da repartição: despachar a moça.
Pingo é letra
Calou fundo nos membros mais verborrágicos da CPI a observação do senador Reguffe (DF). “A gente não perde nada na vida sendo educado”, disse, ao elogiar comportamento do ministro Marcelo Queiroga (Saúde).
Bancada do ódio
Após fazer pouco do abuso sexual sofrido pela ministra Damares Alves na infância, a lacrolândia agora ridiculariza nas redes sociais os cabelos da médica Nise Yamaguchi, em clara demonstração de ódio racial.
Insegurança jurídica
José Medeiros (Pode-MT) disse que “o STF foi banalizado” e é acionado por todo partido sem representação no legislativo para fazer prevalecer suas ideias. “Absurdo a Corte se deixar usar dessa forma”, disse.
Pisada de bola
O presidente da CPI, Omar Aziz, diz adorar futebol, mas pisou na bola: “o Brasil vai ganhar a Copa América, e daí?”. Qualquer boleiro sabe que, após a Copa do Mundo, é a competição mais importante para a Seleção.
Adultos vacinados
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou (e reafirmou) na CPI da Pandemia, ontem (8), que o Brasil deve vacinar toda a população adulta até o fim do ano: “160 milhões de brasileiros”, confirmou.
Devagar, quase parando
Passaram-se dois anos entre o assassinato de Anderson do Carmo e a aprovação no Conselho de Ética da cassação da mulher e suspeita de ser a mandante, Flordelis (PSD-RJ). Ainda falta a análise do plenário.
Soltinho
Depois que saiu da prisão, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha está aproveitando. Já deu entrevistas, virou colunista e participará nesta quarta, em Brasília, da noite de autógrafos do seu livro “Tchau, Querida”.
Pensando bem…
… se “gabinete paralelo” é o que há de mais grave contra Bolsonaro, deu ruim: não é ilegal o presidente ouvir opiniões de estranhos ao governo.
PODER SEM PUDOR
Ops, erramos
O jornalista alagoano Jorge Oliveira resolveu visitar o amigo e conterrâneo Renan Calheiros, então presidente do Senado. O ganhador do Prêmio Esso chegou com dificuldade à residência oficial, na Península dos Ministros, por causa de uma bota de gesso no pé, mas avisou que estava ali para visitar o presidente e foi acomodado na sala. De repente, apareceu Severino Cavalcanti, então presidente da Câmara, com quem conversou por mais de uma hora. Imaginava tratar-se de outro visitante até descobrir, encabulado, que a residência do presidente do Senado era outra, a vizinha.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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