Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2021
Ex-secretário-executivo deve ser questionado sobre compras e distribuição de insumos e sobre falta de resposta às ofertas da Pfizer
Foto: Reprodução de TVA CPI da Covid no Senado ouve nesta quarta-feira (09) o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Antônio Élcio Franco. Ele foi o número dois da pasta durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.
A oitiva de Franco chegou a ser marcada para o último dia 27, mas o coronel da reserva do Exército informou à CPI que não poderia comparecer por estar se recuperando da Covid.
O depoimento foi, então, reagendado. Atualmente, Élcio Franco é assessor especial da Casa Civil da Presidência da República. No depoimento, o militar deve ser questionado pelos senadores sobre compras e distribuição de insumos necessários ao enfrentamento da pandemia.
O coronel também terá de dar explicações sobre as negociações para a aquisição de vacinas – e, mais especificamente, sobre o fato de o governo ter ignorado mensagens e se recusado a assinar contrato com a Pfizer para receber um grande lote de vacinas já no ano passado.
De acordo com o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, Franco tratou diretamente com a farmacêutica durante as ofertas feitas – e recusadas – pelo governo ainda em 2020.
“Chefe” de Élcio Franco durante a temporada no ministério, o ex-ministro Pazuello já foi ouvido pela CPI ao longo de dois dias – e será reconvocado pela comissão em data a ser definida. À comissão, Pazuello afirmou que nunca chegou a tratar diretamente com a Pfizer sobre a compra das doses.
Após esse depoimento, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que a Pfizer enviou, ao todo, 53 e-mails ao governo brasileiro sobre o lote de vacinas em 2020. Documentos também revelaram que uma carta da Pfizer cobrando resposta chegou ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro.
Vírus de computador atrapalhou
Na última semana, também veio à tona um e-mail de novembro de 2020 em que Élcio Franco credita a falta de respostas à Pfizer a um vírus na rede de computadores da pasta.
A cópia do e-mail foi enviada à CPI da Covid. Em novembro, o Ministério da Saúde disse ter encontrado indícios de que os sistemas da pasta tinham sido alvos de ataques cibernéticos. Houve intermitência e até queda nas bases de dados da pasta. O secretário disse não ter recebido os anexos com dados logísticos sobre a vacina.
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