Domingo, 24 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2021
Grupo de estudantes e pesquisadores mandou uma carta ao governo francês pedindo a liberação de entrada
Foto: ReproduçãoAlunos e pesquisadores brasileiros — alguns deles com bolsa — lançaram uma campanha internacional para que o governo francês suspenda um bloqueio que os impede de viajar ao país para estudar. O motivo é a situação da Covid-19 no Brasil.
A ideia é que a educação para esses intercambistas seja considerada um “motivo imperioso” — uma exceção para que possam entrar na França. Assim surgiram perfis em redes sociais como o Twitter e o Instagram e a hashtag #etudierestimpérieux (“estudar é imperioso”).
O grupo, formado por cerca de 350 pessoas que passaram em exames e processos seletivos, mandou uma carta ao governo francês pedindo a liberação. Desde o dia 23 de abril, a Embaixada da França no Brasil suspendeu a emissão de vistos a estudantes e pesquisadores, pois a categoria deixou de fazer parte dos motivos considerados imperiosos para entrar em território francês.
No dia 9 de junho, a França chegou a flexibilizar a entrada de pessoas de alguns países, mas o Brasil segue restrito por fazer parte dos países considerados em zona vermelha, a mais perigosa em relação ao coronavírus. Mas o embaixador da França na Índia, país que também tem a categoria vermelha, anunciou que os estudantes do país teriam a chance de receber vistos de entrada.
Dedicação e estudos por um fio
Uma das barradas é a advogada Flávia Barros Ornellas, de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Formada pela Universidade Federal Fluminense, ela foi aprovada para um mestrado com bolsa integral e de assistência pra Université Catholique de Lyon em Direito Internacional e Europeu. Flávia precisa estar lá antes do início das aulas, marcado para 20 de setembro.
O processo para a conquista da vaga, que ela considera essencial para o desenvolvimento de sua carreira, exigiu empenho.
“Avaliaram meu currículo, pesquisas e notas na faculdade. Eu me dediquei por bastante tempo, tanto pelo estudo do francês, que no mestrado requer um nível avançado, quanto pra manter um bom currículo na faculdade, notas boas, pesquisas relevantes”, contou a advogada.
Um dos apoios que os estudantes conquistaram foi o da senadora Joëlle Garriaud-Maylam, do Partido Republicano. “Não há razão para impedir que os alunos continuem sua carreira universitária, especialmente se eles forem vacinados e fizerem exames”, afirmou a senadora no Twitter.