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Por Redação O Sul | 23 de junho de 2021
Na última semana, o Brasil chegou aos 150 dias de aplicação de vacinas contra a covid-19. Até a quarta-feira, dia 16, quando completou-se esse ciclo, o País tinha 11% de brasileiros totalmente imunizados com duas doses de antígenos contra o coronavírus. Nesta quarta (23), são 11,64%.
Ainda que o número total de doses impressione — naquele dia eram por volta de 83 milhões milhões de antígenos aplicados — nossa média está muito aquém do que foi visto em outros países que encamparam a imunização contra a doença como tarefa principal para, enfim, sair da pandemia.
No seu 150º dia, os Estados Unidos exibiam 36% da sua população totalmente imunizada, três vezes mais que o Brasil, o Reino Unido 31% e Israel 59%. Os dados internacionais foram coletados no painel do Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford.
Os países que perseguiram a meta de vacinar muito e rápido agora aproveitam os ganhos de sua celeridade, flexibilizando o uso de máscaras, permitindo eventos, circulação de pessoas, mas sem abandonar totalmente a cautela, é importante dizer. Ainda assim, não é preciso ir tão longe para compreender a potência de uma vacinação ampla e rápida.
A cidade de Serrana, a 313 quilômetros da capital paulista, oferece um luminoso exemplo para incentivar a vacinação em massa. Por meio de um estudo controlado pelo Instituto Butantan, 95% dos adultos do município receberam duas doses do imunizante CoronaVac, da chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, amplamente utilizado no Brasil.
De acordo com os especialistas, quando atingiu-se a média de 75% dos adultos com esquema vacinal completo, a pandemia foi controlada. Os dados impressionam: 80% em redução de casos sintomáticos, 86% menos internações e as mortes despencaram em 95%.
“Está comprovado que podemos controlar a pandemia em curso desde que a vacinação seja acelerada”, diz Ricardo Palacios, diretor médico de pesquisa clínica no Butantan.
“Caso a vacinação seja lenta, você empurra o vírus em alta circulação às faixas etárias mais jovens, suscetíveis à infecção. Quando você vacina rapidamente, a circulação da doença comprometida e, assim, é possível reduzir o alcance vírus para todos, até entre os que não são vacinados.”
Dados
Mais de 31% da população brasileira está parcialmente imunizada contra a covid. São 67.205.588 doses aplicadas, o que corresponde a 31,74% dos brasileiros. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, divulgado às 20h desta quarta.
Já a segunda dose teve aplicação em 24.642.156, ou 11,64% da população.
Nas últimas 24 horas, a primeira dose foi aplicada em 1.550.849 pessoas e em 132.448 na segunda dose, com um total de 1.683.297 doses aplicadas neste intervalo. O número de aplicações da primeira dose em 24 horas é o segundo maior desde o começo da vacinação.
Os cinco Estados com o maior percentual da população imunizada são: Mato Grosso do Sul (15,32%), Rio Grande do Sul (15,22%), São Paulo (13,06%), Amazonas (12,60%) e Espírito Santo (12,38%).