Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2021
O advogado Daniel Petrocelli, que defendeu a Disney em uma série de processos no passado, chamou o processo movido pela atriz Scarlett Johansson contra a produtora de “golpe publicitário”.
Johansson, estrela de ‘Viúva Negra’, processou a Disney por ter lançado o filme em seu serviço de streaming ao mesmo tempo em que o lançou nos cinemas, alegando que perdeu mais de 50 milhões de dólares por conta disso, já que seu contrato previa que a atriz recebesse parte do dinheiro acumulado nas bilheterias.
“É óbvio que esta é uma campanha publicitária altamente orquestrada para alcançar um resultado que não pode ser obtido no processo”, destacou Petrocelli, em entrevista à revista Variety. “Nenhuma pressão pública pode mudar ou obscurecer os compromissos contratuais explícitos. O contrato escrito é claro como um sino”.
Segundo o advogado, o contrato de Johansson com a Disney prevê que ‘Viúva Negra’ fosse lançado em pelo menos 1500 salas de cinema, sendo que o filme foi projetado em nove mil salas nos Estados Unidos e cerca de 30 mil ao redor do mundo. No total, o filme arrecadou 218 milhões de dólares na soma entre cinema e serviço de streaming, maior montante desde o início da pandemia do Covid-19.
A defesa de Scarlett afirma que procurou a Disney para realizar tratativas, mas foi praticamente ignorada. O contrato diz que ‘Viúva Negra’ seria lançado exclusivamente nos cinemas, então a Disney violou ao colocá-lo em seu serviço de streaming, se beneficiando financeiramente ao conseguir mais assinantes, enquanto Scarlett ficava sem opção, presa à renda das bilheterias.
Após a divulgação do processo, a Disney, por meio de seu porta-voz, deu uma dura resposta: “O processo é especialmente triste e angustiante em seu desrespeito cruel pelos horríveis e prolongados efeitos globais da pandemia da covid-19. A Disney cumpriu integralmente o contrato da Sra. Johansson e, além disso, o lançamento de ‘Viúva Negra’ na Disney + com o Premier Access melhorou significativamente sua capacidade de ganhar uma compensação adicional além dos 20 milhões de dólares que ela recebeu até o momento”.
Gabrielle Carteris, presidente do Sindicato dos Atores (SAG), saiu em defesa de Johansson. “A Disney deveria ter vergonha de si mesma por recorrer a táticas cansativas de vergonha de gênero e intimidação. Os atores devem ser remunerados por seu trabalho de acordo com seus contratos. Scarlett Johansson está dando destaque às mudanças impróprias na remuneração que as empresas estão tentando evitar à medida que os modelos de distribuição mudam”, declarou, em comunicado enviado à imprensa, segundo o jornal The Independent.