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Política CPI da Covid ouve militar que teria levado “vendedores paralelos” de vacina ao governo

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O militar Helcio Bruno de Almeida é presidente do Instituto Força Brasil

Foto: Agência Senado
O militar Helcio Bruno de Almeida é presidente do Instituto Força Brasil (Foto: Agência Senado)

A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (09) o coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida. O militar é presidente do Instituto Força Brasil, uma instituição conservadora que se define como “pró-vida”, “pró-família”, “pró-armas” e “pró-liberdade”.

Em sua página na internet, o instituto também diz representar uma “união de patriotas” e oferecer “subsídios para o fortalecimento dos movimentos ativistas conservadores”. O site não aponta nenhuma vinculação direta do Força Brasil com a área da saúde.

Em depoimentos prestados à CPI, Helcio Bruno foi apontado como o responsável por levar a uma reunião no Ministério da Saúde supostos vendedores de vacinas – embora eles nunca tenham apresentado provas de que tinham credenciais para comercializar o imunizante.

Conforme os relatos, coube a Helcio abrir as portas da pasta para um encontro com o então-secretário executivo do ministério, Elcio Franco, e três supostos intermediários de uma empresa americana que venderia as doses. Participaram do encontro o reverendo Amilton Gomes de Paula, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti e o vendedor Cristiano Carvalho.

O trio se dizia representante da Davati Medical Supply, empresa que oferecia 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em meio à escassez mundial de imunizantes contra a Covid-19. O encontro no ministério aconteceu em 12 de março deste ano.

Antes da reunião, houve um jantar, em 25 de fevereiro, entre um dos representantes da Davati, o policial Dominghetti, e o então diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.

Dominghetti afirma que, no encontro, Dias cobrou propina de US$ 1 dólar por dose do imunizante – o ex-diretor da Saúde confirma o jantar, mas nega as acusações. Na véspera do depoimento à CPI da Covid, Helcio Bruno obteve no STF (Supremo Tribunal Federal) o direito de permanecer em silêncio para não se autoincriminar. Ele terá, no entanto, de dizer a verdade sobre fatos dos quais foi testemunha.

Neste domingo (08), o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que deve antecipar o relatório dos trabalhos.

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