Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2021
Ricardo Barros negou envolvimento na negociação da vacina indiana Covaxin
Foto: Pedro França/Agência SenadoEm depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (12), o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), irritou senadores ao dizer que a comissão estaria afastando do Brasil empresas vendedoras de vacinas. A declaração gerou bate-boca.
“O mundo inteiro quer comprar vacina, e espero que essa CPI traga bons resultados ao Brasil. Porque o negativo já produziu muito: afastou empresas interessadas em vender vacina ao Brasil”, disse o deputado.
Em seguida, senadores reagiram. “Isso não é verdade”, afirmou Simone Tebet (MDB-MS). “Aí não dá. Nós impedimos que houvesse roubo. Que ganhassem dinheiro com vacina. Foi isso que nós impedimos”, declarou Humberto Costa (PT-PE).
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), defendeu a comissão e disse que “vocês do governo” queriam “tirar proveito” da negociação de vacinas. “Afastamento das vacinas que vocês do governo queriam tirar proveito, rapaz”, declarou o senador. Em seguida, Omar anunciou a suspensão da sessão e disse que iria reavaliar a condição de Barros de convidado da CPI.
Barros entrou no escopo da CPI porque, segundo o deputado Luis Miranda (DEM-DF), Bolsonaro citou o líder do governo ao ouvir denúncias de irregularidades na negociação do Ministério da Saúde para a compra de doses da Covaxin.
No seu depoimento à comissão, Barros negou envolvimento na negociação da Covaxin. “Nunca tratei este assunto com o presidente Bolsonaro porque acho que ele está absolutamente correto em não responder ao deputado Luis Miranda. É apenas uma versão que o deputado Luis Miranda colocou e que foi repetida muitas vezes. O presidente não pode desmentir o que ele nunca disse, nunca tratei com ele sobre esse tema. Está correto em não responder ao parlamentar Luis Miranda, que quebrou a sua confiança”, declarou.