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Por Redação O Sul | 2 de setembro de 2021
Dados são usados para elaboração de estimativas populacionais dos municípios por idade e sexo
Foto: EBCCom o menor número de nascimentos e o maior de mortes registrados na série histórica iniciada em 2000, o Rio Grande do Sul atingiu em 2020 a sua taxa mais baixa de crescimento vegetativo, conforme dados preliminares disponibilizados pela Secretaria da Saúde.
No ano passado, foram 130,7 mil nascimentos registrados no Estado contra 92,7 mil mortes, o que resultou em um aumento de 38,1 mil habitantes, uma taxa de crescimento vegetativo de 0,33%. O patamar de 2020 é ainda mais baixo do que o registrado em 2019 (0,40%) e em 2018 (0,45%), mínimas históricas até então.
Os dados referentes ao perfil dos habitantes do Estado estão no estudo Estimativas populacionais por idade e sexo nos municípios do Rio Grande do Sul, divulgado nesta quinta-feira (02) pelo DEE (Departamento de Economia e Estatística), vinculado à SPGG (Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão).
O material apresenta as principais informações, em nível municipal, sobre o perfil da população por sexo, faixa etária e também pelo percentual de pessoas potencialmente ativas para atuação no mercado de trabalho.
Mais mulheres e idosos
As mulheres seguem sendo a maioria da população do Rio Grande do Sul, com 100 a cada 94,8 homens, o que representava 51,34% dos habitantes do Estado (5.864.503 em um total de 11.422.973) em 2020. No entanto, por ocorrerem mais nascimentos de pessoas do sexo masculino, os homens são maioria até a faixa etária de 33 anos, quando as mulheres passam a ser a porção mais representativa da população.
Entre os municípios com mais de 20 mil habitantes, Porto Alegre tem o maior percentual de mulheres (54,01%), seguido de Pelotas (53%) e Cruz Alta (52,93%), e os com percentual mais significativo de homens são Charqueadas (59,77%), São José do Norte (51,31%) e Portão (51,17%).
“Cidades que são centros de referência universitário, como Porto Alegre e Pelotas, tendem a atrair mais mulheres por migração, considerando que elas têm, em média, maior escolaridade que os homens. Quanto àquelas com maior percentual de homens, é importante destacar que o presídio masculino de Charqueadas acaba por contribuir para a primeira posição do município no ranking, tendo em vista que ele representa um percentual importante da população da cidade”, destaca o responsável pelo estudo e diretor do DEE, Pedro Zuanazzi.
Apesar da pouca diferença em relação aos dados de 2019, o material do estudo mostra uma tendência contínua de envelhecimento da população residente no Estado, taxas cada vez mais baixas de crescimento vegetativo e redução no número de jovens nas cidades. Além disso, de modo geral, os municípios ao leste do Estado, geograficamente mais próximos ao litoral, têm variação populacional mais positiva quando comparados aos do oeste.
Entre os municípios com mais de 20 mil habitantes, São Sepé (24,91%), Caçapava do Sul (23,52%) e São Lourenço do Sul (23,23%) lideram o ranking no quesito percentual da população com 60 anos ou mais, enquanto a média geral no Rio Grande do Sul é de 18,77%.
Na faixa etária oposta, crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, Capão da Canoa (24,16%), Tramandaí (22,85%) e Alvorada (21,79%) mantiveram em 2020 as três primeiras posições obtidas na lista de 2019, frente à média de 18,17% do RS.
Na faixa etária intermediária, de moradores potencialmente ativos (entre 15 e 59 anos), Dois Irmãos segue na liderança pelo terceiro ano seguido, com 22.952 dos seus 33.417 habitantes (68,68%), com Charqueadas (68,02%) e Nova Hartz (67,66%) nas posições seguintes.
Entre os municípios com menor percentual da população entre 15 e 59 anos estão novamente Imbé (58,65%), São Sepé (58,99%) e Santana do Livramento (59,22%). Ao todo, 7.203.416 pessoas se encontram na faixa etária hipoteticamente apta a produzir no Estado, o que representa 63,06% do total de habitantes.
“Ao longo dos últimos anos já havia uma tendência de redução do crescimento vegetativo, com diminuição dos nascimentos e aumento no número de óbitos, como consequência da redução da taxa de fecundidade e do envelhecimento da população. As mortes causadas pela Covid-19 também contribuíram para o aumento de óbitos em 2020”, destaca Zuanazzi.
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