Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2021
A ação foi deflagrada nos municípios paulistas de Barueri e Itapevi
Foto: Reprodução de TVA PF (Polícia Federal) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (17), mandados de busca e apreensão em endereços da Precisa Medicamentos em São Paulo. A empresa entrou na mira da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid por ter intermediado a aquisição de doses da vacina indiana Covaxin entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech.
A operação foi solicitada pela CPI e autorizada pelo ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal). A ação ocorreu em escritórios da empresa e locais de armazenamento de produtos em Barueri e Itapevi.
“A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede -AP), vice-presidente da CPI, sobre a operação em seu perfil no Twitter.
O contrato para a aquisição da Covaxin, de R$ 1,6 bilhão, é alvo de investigações do Ministério Público Federal, do Tribunal de Contas da União e da Polícia Federal por supostas irregularidades. Após as suspeitas, a compra do imunizante foi suspensa pelo governo federal.
A defesa da Precisa divulgou uma nota sobre a operação da PF. O texto é assinado pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso. Confira:
“É inadmissível, num estado que se diz democrático de direito, uma operação como essa de hoje. A empresa entregou todos os documentos à CPI, além de três representantes da empresa terem prestado depoimento à comissão. Francisco Maximiano, por exemplo, prestou depoimento e respondeu a quase 100 perguntas, enviou vídeo com esclarecimentos, termo por escrito registrado em cartório, além de ter sido dispensado de depor por duas vezes pela própria CPI, em 1° de julho e 14 de julho. Além disso, seus representantes, sempre que intimados, prestaram depoimentos à PF, CGU, além de ter entregue toda documentação ao MPF e TCU. Portanto, a operação de hoje é a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo, ao quebrar sigilo de testemunhas, ameaçar com prisões arbitrárias quem não responder às perguntas conforme os interesses de alguns senadores com ambições eleitorais e, agora, até ocupa o Judiciário com questões claramente políticas para provocar operações espalhafatosas e desnecessárias. A CPI, assim, repete o modus operandi da Lava-Jato, com ações agressivas e midiáticas, e essa busca e apreensão deixará claro que a Precisa Medicamentos jamais ocultou qualquer documento.”