Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2021
Arquiteto, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e agora “oficialmente” compositor, aos 60 anos: o porto-alegrense Glênio Bohrer está lançando nas plataformas digitais o seu primeiro disco, “Um Quarto de Si”, novidade que também será compartilhada em um show no dia 21 (quinta-feira), às 21h, no Espaço 373 (rua Comendador Coruja n° 373, bairro Floresta).
São 13 faixas com letras e músicas que enveredam por diferentes caminhos da moderna música popular brasileira e flertam com gêneros internacionais. Tudo isso enriquecido pela participação de nomes fundamentais da produção local – Monica Tomasi, Dudu Sperb, Marcelo Delacroix, Dany Calixto, Manoela Fortuna, Dani Rauen, Mirian Bravo. Bohrer assina a produção do trabalho, com arranjos e direção do não menos célebre Toneco da Costa.
O álbum tem pitadas de blues (“Medo de Pisar em Falso”), bolero (“Jogo de Azar”), fado (“Um Quarto de Si”) e salsa (“El Tiempo Un Cuchillo”). Mas o predomínio é mesmo da MPB – algumas das faixas poderiam tranquilamente estar em discos de Elis Regina, Milton Nascimento, Chico Buarque, Edu Lobo ou, mais recentemente, Maria Rita e Teresa Cristina.
Em paralelo à atividade profissional em urbanismo e educação, Glênio Bohrer compõe desde os tempos de aluno do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o “Julinho”, sozinho ou com a parceria dos amigos Aldo Votto e Claudio DusSantos. Ele explica esse longo namoro com a música, que agora virou caso sério, dando vida a canções de alta qualidade:
“Fruto da paixão pela MPB e da admiração por seus grandes mestres, esse disco registra uma produção acumulada ao longo de quatro décadas, talvez corajosa e temerariamente permitida em se mostrar, pelo salvo-conduto da idade. Talvez esse seja um vício próprio dos arquitetos, que muitas vezes teimam em se aventurar por outras áreas que não as suas de ofício.”
Projeto concretizado
Há, também, o aspecto afetivo. “Um Quarto de Si” foi gravado antes da pandemia, em um ambiente cercado de amigos músicos que ajudaram a “dar vida” a criações guardadas por décadas. “Muito mais que um projeto artístico, é um projeto de amor, que carrega afetos da juventude e dos dias de hoje nas assinaturas de parcerias musicais e de vida: o coração, os acordes e as palavras”, ressalta o autor.
Intérprete em duas faixas, Marcelo Delacroix também chama a atenção para esse aspecto, em um álbum permeado pela camaradagem que conferiu um significado ainda mais especial ao trabalho. “Nos ensaios e gravações em estúdio, o clima era sempre festivo, com todos felizes em participar do projeto, não só por estar no disco de um amigo, mas também por fazer parte de um trabalho competente.”
Para o também convidado Dudu Sperb (ele canta duas faixas e assina o projeto gráfico do disco), o compositor acertou ao apostar união de pessoas. “Os encontros acabaram passando para a música registrada um pouco dessa humanidade, do ‘estar junto’, dessas coisas que movem a gente não apenas na música mas na vida”, emociona-se.
Ficha técnica
O disco de estreia de Glênio Bohrer tem produção musical do próprio compositor, com direção musical e arranjos de Toneco da Costa. Fernando Dimenor assina a gravação e mixagem, enquanto a masterização é de Marcos Abreu. Design Gráfico, capa e fotos são de Dudu Sperb, com imagem da contracapa a cargo de Ricardo Calovi.
Já o show do dia 21 de outubro terá Toneco da Costa e Thiago Carretero nos violões, Mário Carvalho no contrabaixo, Giovanni Berti e Fernando do Ó na percussão, mais as vozes de Dani Rauen, Danny Calixto, Dudu Sperb, Marcelo Delacroix e Mirian Bravo. Mais informações podem ser conferidas nas redes sociais – a página de Glênio Bohrer no instagram é @gleniovianna.
(Marcello Campos)