Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2015
Cansaço, mau humor e até uma espécie de crise de abstinência. É o que sentiu Sacha Harland, um holandês de 22 anos, ao começar um experimento. Ele resolveu passar um mês sem consumir produtos que tenham adição de açúcar, álcool e “junk food”, o que se mostrou, pelo menos nos primeiros dias, um grande desafio.
Documentário mostra mudanças da alimentação saudável.
É o que ele conta na primeira parte de “Guy Gives up Added Sugar and Alcohol for 1 Month” (“Um Cara Abre Mão de Açúcar e Álcool por 1 Mês”, na tradução), um documentário da produtora holandesa LifeHunters.
Em sua primeira semana à base de sucos naturais, frutas, verduras e outros alimentos não processados, Harland sente fome o tempo inteiro e lhe falta energia. Além disso, morre de inveja de um amigo que come uma pizza enquanto ele se conforma com uma salada. No cinema, ele teve de deixar de lado a pipoca doce e o refrigerante, e a única opção que encontra sem açúcar é uma garrafa de água.
A carência de alternativas foi um problema que Sacha enfrentou com frequência. Mesmo produtos que não são considerados doces, como batatas fritas, molho de tomate industrializado e sopas enlatadas têm sacarose. “O mais difícil foi a primeira semana e meia. Tinha que saber o que podia ou não comer e foi complicado. Mas depois fui me acostumando [a ler as etiquetas dos produtos], contou.
Benefícios conferidos em 25 dias.
O documentário mostra, no entanto, que após 25 dias de dieta especial, ele começou a sentir os benefícios da nova rotina. “A última semana está prestes a terminar, e me levanto com mais facilidade e tenho mais energia”, destaca. “Foi uma surpresa agradável, que não pensava que sentiria tão diferente fisicamente.”
Uma médica especializada em esportes confirmou que essa sensação é fruto de uma mudança real no corpo de Harland. Exames mostraram que o holandês emagreceu 4 quilos, teve uma redução de 8% em seu colesterol e sua pressão sanguínea baixou desde que iniciou o processo.
“Já que é cada vez mais difícil comer alimentos saudáveis, queríamos saber como se sente uma pessoa que renuncia ao açúcar, ao álcool e aditivos alimentares por um mês e como isso afeta seu corpo e sua condição física”, observou Erik Hensel, diretor da LifeHunters.
Sucesso no YouTube.
O filme já foi visto mais de 4 milhões de vezes no YouTube, tanto quanto o projeto anterior da produtora, em que ela apresentava – sem que as pessoas soubessem –produtos da rede de lanchonete McDonald’s como comida “ecológica” em uma feira gastronômica.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a quantidade normal diária de açúcar em uma “dieta saudável ótima” é equivalente a 5% do total de calorias ingeridas – índice que não deve ultrapassar 10%. A recomendação da OMS para uma pessoa adulta é de um consumo de 2 mil calorias por dia. Então, o normal de açúcar seria consumir 25 gramas, ou 6 colheres de chá, e no máximo 50 gramas por dia.
Acima disso, os mecanismos que permitem ao corpo armazenar e queimar açúcares simples podem ficar desregulados.
Lição.
De sua parte, o protagonista do documentário, o holandês Sacha Harland, garante que seguirá a recomendação médica, mas sem “ficar obcecado”. “Decidi buscar equilíbrio entre os açúcares e os alimentos saudáveis, já que optar por um ou pelo outro pode ter deixar realmente infeliz”, reconhece. “Essa foi minha conclusão do experimento”, finalizou.