Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Pedro Albite | 26 de novembro de 2021
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Peter Drucker, considerado pai da administração, disse: “O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras das decisões presentes”. Ainda que pareça uma afirmação óbvia, é muito comum que aprendamos da pior maneira: errando, sofrendo e perdendo dinheiro.
O brasileiro tem uma veia empreendedora muito forte. Os empreendedores são a força motriz desse país. Os empreendedores são guerreiros e corajosos. No entanto, também são os grandes responsáveis pelos seus fracassos e por trilharem rumo à falência. Por isso, precisamos refletir sobre o papel do Empreendedor e o papel do Administrador. Eles podem estar dentro da mesma pessoa ou em pessoas diferentes. São dois papéis fundamentais para o bom andamento de qualquer negócio. O empreendedor é aquele com perfil arrojado, que está apto a assumir riscos, que dá o pontapé inicial, que convence os outros sobre os seus sonhos e assim vai vencendo os obstáculos até botar a sua ideia em prática. O administrador é aquele responsável por controlar, analisar, gerenciar e planejar o que foi criado pelo empreendedor, tendo um papel fundamental para a continuidade do negócio.
Entretanto, se você não possui alguém com o papel de administrador no seu negócio, provavelmente as suas decisões, desde a sua fundação, foram baseadas no seu feeling, ou seja, nos seus sentimentos, e isso requer um grande ponto de atenção. 25% das empresas brasileiras fecham antes de completar dois anos de vida. Isso ocorre, em grande medida, porque o empreendedor não possui dentro do seu negócio o papel de um administrador. É importante ressaltar que, aqui, não falamos sobre formação acadêmica, mas sim da capacidade técnica de executar o papel de um administrador.
Questões relacionadas à projeção de fluxo de caixa, planejamento orçamentário, evolução de faturamento, margem de contribuição, despesas, EBITDA e lucro líquido são grandes determinantes neste processo, pois se não é um tema recorrente dentro da empresa, é porque nela não existe um administrador. Pode ser que isso, no início, não reflita no caixa da empresa e no bolso do empreendedor, mas logo refletirá. Por isso, é importante tomar o controle do negócio e garantir que o papel do administrador esteja presente na trajetória empreendedora.
Para abrir um negócio basta ser empreendedor, mas para mantê-lo em pé, é preciso encontrar o seu administrador. Não podemos abrir mão do planejamento, do controle, da análise técnica e de toda a gestão do negócio. Também não podemos burocratizar a empresa, com diversos controles, se não tivermos uma pitada de ousadia e pensamentos fora da caixa para inovar e estar sempre em evolução. O equilíbrio entre os dois papeis é o grande triunfo de uma empresa. Portanto, muita atenção, ser somente o empreendedor pode te custar caro.
Pedro Albite – Divisão Jovem Federasul. Bacharel em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, M&A pelo Insper, Valuation pela Saint Paul e MBA de auditoria e controladoria pela FGV. Entusiasta do Empreendedorismo e da Gestão Empresarial, também é especialista na condução de processos de Turnaround. Foi Gerente De Relacionamento do Segmento Middle/Corporate Market no Banco Continental e Gerente de Relacionamento do segmento Middle Market – Plataforma PJ da Rede Sul do Banco Santander S.A. É fundador e CEO da Octo Business, uma assessoria especializada em processos de turnaround.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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