Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2021
Diretores, gerentes, consultores e engenheiros da Vale e da Tüv Süd devem responder também por crimes ambientais.
Foto: ReproduçãoA Polícia Federal indiciou 19 funcionários das empresas Vale e Tüv Süd pelos 270 homicídios no rompimento da barragem em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019. A conclusão do inquérito, nesta quinta-feira (25), é resultado de uma segunda fase da investigação realizada pelo órgão.
Os profissionais, entre diretores, gerentes, engenheiros e consultores, das empresas responsáveis pela barragem e pela auditoria da estrutura devem responder por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, duplamente qualificado.
Nesta etapa, a PF também apurou a prática de crimes ambientais de poluição e contra a fauna terrestre e aquática, a flora, os recursos hídricos, unidades de conservação e sítios arqueológicos. Um quarto crime de apresentação de declaração falsa perante a ANM (Agência Nacional de Mineração) ainda foi investigado. Todos os funcionários, além das empresas, foram indiciados pelos crimes ambientais.
Agora, cabe ao Ministério Público Federal prosseguir com a denúncia. A PF informou que vai encaminhar, ainda nesta sexta-feira (26), o inquérito ao órgão.
Outras denúncias
Em janeiro de 2020, o Ministério Público estadual também ofereceu uma denúncia com o indiciamento de 16 funcionários da Vale e da Tüv Süd, entre eles o ex-presidente da mineradora, Fábio Schvartsman, pelos 270 homicídios na tragédia de Brumadinho.
Mais de um ano depois, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu a denúncia e determinou que o processo criminal seja julgado pela Justiça Federal, em Brasília. A decisão acatou um pedido da defesa do ex-presidente da Vale.
Em entrevista, o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, confirmou que MP pretendia recorrer da determinação.
Tragédia em Brumadinho
No dia 25 de janeiro, às 12h28, a barragem na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, se rompeu. A lama de rejeitos matou 270 pessoas.
Quase três anos após a tragédia, o Corpo de Bombeiros ainda trabalha para encontrar as sete vítimas que continuam desaparecidas. A última a ser identificada, em 10 de novembro deste ano, foi o mecânico Uberlândio Antônio da Silva, que trabalhava no local no dia do estouro.