Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2021
Um austríaco de 55 anos morreu de covid-19 após se infectar propositalmente com o coronavírus na Itália para obter um passaporte sanitário — as autoridades italianas adotam em alguns casos a infecção prévia como alternativa à vacina para acesso a determinados locais.
O alerta foi feito na semana passada por Patrick Franzoni, coordenador da unidade anti-covid de Bolzano, cidade italiana perto da fronteira com a Áustria. Em entrevista à emissora RAI, ele diz que pessoas, jovens e velhas, têm participado de “festas do coronavírus” para tentar se infectar propositalmente e, assim, não precisar se vacinar.
“Aqui, temos um menino que se recupera na unidade pediátrica e um morto de 55 anos que se infectou em uma ‘festa do corona'”, disse.
As vacinas aprovadas contra a covid-19 até agora têm altos graus de efetividade contra todas as formas da doença, especialmente as mais graves. Além disso, mesmo pessoas jovens e saudáveis podem contrair o coronavírus e desenvolver quadros sérios ou até morrer.
A vacinação se mostra ainda mais importante depois da descoberta da nova variante ômicron, muito prevalente na África do Sul, país que não tem bom percentual de vacinados.
Lockdown e reforço
A Áustria, país vizinho a Bolzano e de onde veio o homem morto pelo vírus, estabeleceu um novo lockdown e passará a obrigar os cidadãos a se vacinarem depois que uma nova onda da doença voltou a assustar o país — principalmente entre não vacinados.
Na Itália, onde a vacinação está em patamares melhores, as autoridades também impuseram novas medidas para incentivar a imunização daqueles que ainda não tomaram a vacina. De acordo com o governo italiano, a ideia é justamente evitar um novo lockdown neste inverno.
Suíça
Os suíços votaram “sim” neste domingo (28) à lei que permite a implantação do passaporte sanitário de covid-19 no país, em meio ao aumento da preocupação da Europa por conta da chegada da variante ômicron – ainda não identificada no país – e manifestações negacionistas.
De acordo com as primeiras estimativas publicadas no domingo pelo instituto de pesquisas gfs.bern, a lei obteve o apoio de 63% dos eleitores (com margem de erro de 3%).
Como um sinal de tensões incomuns na Suíça, a polícia bloqueou a praça em frente à sede do governo e do parlamento em Berna no domingo, em antecipação às manifestações.
As pesquisas já previam que a população aceitaria a lei, mas opositores das vacinas e do passaporte de covid-19 organizaram inúmeras manifestações nas últimas semanas, às vezes proibidas e recheadas de violência.
O aumento das tensões na Suíça, país conhecido pela sua cultura de diálogo e onde se realizam referendos várias vezes ao ano, causou grande surpresa.