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Acontece FIERGS divulga balanço econômico de 2021 e perspectivas para 2022

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O evento foi transmitido pelo canal da FIERGS no YouTube. (Foto: Divulgação)

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) realizou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (14) para divulgar o balanço econômico de 2021 e as perspectivas para 2022 da Federação. O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, fez a abertura da cerimônia e lamentou que a apresentação dos dados ocorre pela segunda vez consecutiva, de forma virtual, devido a pandemia da Covid-19. “Isso me entristece muito porque eu gosto do almoço, aonde eu vejo toda a imprensa reunida com 150 pessoas numa confraternização que já marcou época aqui no Rio Grande do Sul”, afirmou.

Segundo o economista-chefe, André Nunes, após o pico da pandemia, o pico dos estímulos e o pico de crescimento no segundo trimestre de 2021, a economia mundial se encaminha para um ciclo de normalização das políticas macroeconômicas e deve começar a desacelerar. “A gente passa pela pandemia, o mundo cai 3,2% o PIB, depois tem uma recuperação no ano de 2021 de 5,6% e, em 2022, nós vamos crescer 4,5%. É importante dizer que esse crescimento projetado no mundo para o ano que vem de 4,5%, está acima do que se verificou na última década de 2011 a 2019, que era mais ou menos de 13,5%”, explicou. Na economia do Rio Grande do Sul, se verificou uma recuperação intensa da atividade, impulsionada pela melhora do quadro sanitário, mas também pela recuperação da produção agrícola.

A Indústria voltou a crescer em 2021. Contudo, após um início de ano de intensa atividade – a produção industrial brasileira e a gaúcha chegaram a estar, respectivamente, 3,7% e 8,4% acima do patamar pré-pandemia em janeiro – o setor entrou numa trajetória de desaceleração diante de todas as dificuldades apresentadas pelo cenário econômico. “Junto com a forte retomada da economia, a gente verifica a retomada da inflação também. O mundo vai passar pelo processo de desinflação. Os preços vão se acomodar, uns em nível elevado, mas vão subir numa velocidade menor. Isso decorre diretamente do comportamento esperado pelos Bancos Centrais”, destacou Nunes.

De acordo com o economista, o descasamento entre oferta e demanda acordou a inflação. O prazo de entrega de fornecedores da indústria nunca foi tão demorado. Maior demanda por bens, interrupções na produção e crise logística trazem incertezas para as linhas de produção. “Recentemente, a gente consegue ter os gerentes de compras indicando prazos melhores em termos de entrega, mas no mundo está muito ruim”, salientou.

Entre todos os setores, o que apresenta o maior problema é a cadeia produtiva de semicondutores, a mais distante da normalização. Tem perspectiva de melhora somente em 2023. Estima-se um impacto negativo de 6,5 milhões de unidades na produção mundial do setor em 2021. “Isso acaba refletindo, tanto no dado de produção, quanto nos preços. Todos os setores com mais grau de agregação acabam sofrendo, como eletrônicos, produtos da linha branca, toda a parte da computação sofre muito por conta desse aumento de custo e falta de semicondutores”, apontou o economista-chefe.

Outro problema é na cadeia logística global e aumento no custo do frete. Problemas persistentes na logística global, em especial nos fretes marítimos. O industrial do RS percebe maior dificuldade de conseguir insumos e matérias-primas. “Uma pesquisa realizada em outubro de 2020, com industrias do RS sobre a expectativa da normalização, 70,9% dos industrias disseram estar com dificuldade de conseguir insumos nacionais e 63,9% diziam estar com dificuldade nos insumos importados. Um ano depois, a gente tem ainda relatos dos industrias que tem problema para adquirir os insumos e matérias-primas”, contou Nunes.

Em relação ao dólar, a moeda brasileira se depreciou 29% em 2020 e 9% em 2021, ocupando a 3ª posição no ranking de moedas que mais enfraqueceram nesses anos. A principal razão desse desempenho é o reflexo dos diversos choques de incerteza fiscal que se acumularam e dominaram a dinâmica da moeda desde o ano passado.

Com relação ao Rio Grande do Sul, o ano de 2021 foi marcado por uma melhora das contas públicas do Estado. Assim como em nível nacional, a arrecadação de impostos, articularizada no ICMS, alcançou níveis históricos, tanto pela retomada da atividade, quanto pela inflação elevada, sobretudo de bens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. O ano também foi marcado por importantes privatizações, como a da CEEE e a da Sulgás, e, principalmente, pelas discussões acerca das etapas da adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Perspectivas para 2022

Para 2022, a expectativa é de que a taxa de crescimento do PIB desacelere no Brasil e no Rio Grande do Sul, respondendo tanto aos menores estímulos fiscais – que tiveram parte dos seus efeitos ainda favorecendo a atividade nesse ano – quanto à política monetária bastante contracionista. Além disso, a taxa de desemprego elevada e a permanência das interrupções nas cadeias de fornecimento devem ajudar a diminuir o ritmo de crescimento. Assim, a expectativa é de uma criação de 614 mil empregos formais em âmbito nacional. Para a economia gaúcha, esperamos a geração de 29 mil postos de trabalho em 2022, sendo 9 mil na Indústria.

Para o Rio Grande do Sul, espera-se um avanço do PIB de 9,6% em 2021 e 1,6% em 2022. Em que pese a centralidade da indústria para o crescimento, a projeção é de um crescimento de 0,6% no próximo ano, puxado maior normalização das cadeias produtivas, pela manutenção do cenário de retomada cíclica nos segmentos exportadores e aqueles associados à agricultura. Conforme os prognósticos do IBGE, as estimativas para a safra de grãos são positivas, principalmente na cultura do milho, o que ajuda a explicar a expectativa de maior crescimento para o Estado em comparação com o Brasil. Além disso, a perspectiva de uma melhor situação para a cadeia de veículos automotores no segundo semestre, juntamente com as interações da indústria com os setores de serviços deverão impulsionar o crescimento do PIB no ano.

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https://www.osul.com.br/fiergs-divulga-balanco-economico-de-2021-e-perspectivas-para-2022/ FIERGS divulga balanço econômico de 2021 e perspectivas para 2022 2021-12-14
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