Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2015
Há passageiros potencialmente perigosos em todos os aviões que pegamos. Eles podem ser encontrados na primeira classe ou na classe econômica, acomodados em sua poltrona ou na mesinha à sua frente. Os micróbios que eles transportam involuntariamente podem ser um problema para as companhias aéreas. Como elas podem garantir que seus aviões estejam sempre limpos a cada novo voo? E o que fazer para evitar uma contaminação quando viajamos?
No ano passado, James Barbaree, diretor do Centro de Detecção e Segurança Alimentar da Universidade Auburn (EUA), e seus colegas publicaram os resultados de um estudo de dois anos, que mostrou que bactérias perigosas como a Sarm, a E. Coli e a Streptococcus Pyogenes podem sobreviver por vários dias em superfícies – como descansos de braço e bolsos das poltronas, mesinhas, cortinas e maçanetas e alavancas dos toaletes.
Os cientistas conseguiram mostrar que a Sarm, também chamada de “superbactéria” por sua resistência a antibióticos, pode sobreviver 168 horas no material do qual os bolsos das poltronas são feitos. Já a variação da E. Coli que causa insuficiência renal resistiu por 96 horas nos descansos de braços.
O problema fundamental é que as companhias aéreas enfrentam dificuldades para conciliar dois objetivos conflitantes: por um lado, elas se empenham para dar a melhor atenção ao cliente; por outro, precisam aumentar seus lucros – e conseguem isso colocando cada vez mais gente a bordo e encurtando o intervalo entre os voos. “Limpar um avião de passageiros com eficiência é uma tarefa que pressupõe um longo planejamento, além de pessoal, logística e metas de prioridade”, afirma Adam Taylor, vice-presidente-executivo da Air Serv, empresa que oferece serviços para a aviação civil, incluindo a limpeza.
A maneira como cada avião é limpo depende de seu modelo, claro, mas também se ele está destinado a um voo de curta ou longa distância, seu tempo em solo, o destino e a última vez em que recebeu uma faxina completa. Segundo Taylor, os horários de chegada, a previsão do tempo e os horários de decolagem também influenciam no serviço. Voos domésticos, por exemplo, normalmente voltam a decolar rapidamente. Portanto, há menos tempo para limpar esses aviões do que aqueles que vão para outros continentes.
Sob essas circunstâncias, o avião recebe uma limpeza básica. Como há pouco tempo para a faxina, a equipe se concentra nas áreas de alta prioridade, ou seja, a primeira classe e a classe executiva. Banheiros e espaços para a preparação de refeições também recebem uma atenção redobrada. O resto do avião recebe uma rápida ajeitada no final. Por fim, há o que se chama de limpeza profunda, que é quando a faxina envolve lavar e esfregar toda a cabine com água e sabão. Isso normalmente é feito em uma mudança de turno.
Nas mãos dos passageiros.
E o que os passageiros podem fazer para diminuir suas chances de apanhar algum germe durante um voo? Uma das atitudes mais simples é também a mais óbvia: lavar as mãos após usar o banheiro, segundo Michael Zimring, diretor de Medicina de Viagem na clínica Mercy, em Baltimore (EUA).
As maçanetas dos toaletes costumam ser um local cheio de germes – uma má notícia para quem gosta de usar o banheiro antes de comer. O problema pode ser resolvido trazendo um pequeno frasco de detergente à base de álcool e usando uma toalha de papel para abrir a porta.