Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2022
Os protestos no Cazaquistão, que se iniciaram com manifestações pacíficas contra o aumento do custo de vida, resultaram em 225 mortos, informaram autoridades do país neste sábado (15), segundo informações da agência de notícias France Presse.
“Durante o estado de emergência, 225 corpos foram recebidos pelos necrotérios, 19 deles de membros das forças de segurança ou militares”, disse Serik Shalabaev, representante da Procuradoria-geral do país.
No último domingo (9), o ministério da Informação chegou a publicar um balanço de 164 vítimas fatais, mas voltou atrás.
Asel Artakshinova, porta-voz do Ministério da Saúde, disse que mais de 2.600 pessoas foram a hospitais para tratamento e que 67 estão em estado grave.
Tropas da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, liderada por Moscou, ajudaram a conter a violência no país da Ásia Central e iniciaram uma retirada gradual na última quinta-feira (13).
Para conter as manifestações e fazer a proteção de pontos sensíveis, como aeroportos, cerca de dois mil soldados russos foram para o Cazaquistão. O líder do Cazaquiestão, Kassym-Jomart Tokayev Tokayev, havia dito que a retirada seria gradual e que demoraria “uma dezenas de dias”.
A agência estatal russa Tass informou ainda que o mandatário cazaque e Vladimir Putin conversaram por telefone para debater a retirada e os prazos.
Situação
Doze mil presos, centenas de feridos e muitos mortos. O Cazaquistão, um país com reputação de estabilidade, foi abalado na semana passada por uma onda de revolta social e violência que não era vista desde sua independência, em 1991. Tudo começou no domingo (2), após o anúncio de aumento do preço de gás. A medida explodiu em manifestações contra o governo.
A repressão aos movimentos foi dura, com o presidente afirmando que os organizadores eram terroristas e pedindo à polícia para atirar para matar. Centenas de pessoas ficaram feridas e, pelo menos, 12 mil pessoas foram presas ao longo da semana.
Calma em Almaty
As piores cenas de violência foram vistas em Almaty, capital econômica do país. Houve saques a lojas, tiroteios nas ruas e edifícios públicos foram incendiados.
Nesta semana, a situação da cidade gradualmente volta ao normal, com a retomada do transporte público e a maioria das lojas e restaurantes reabrindo. Além disso, o aeroporto de Almaty, fechado desde a semana passada após ser saqueado, recebeu seu primeiro voo civil na quinta.