Domingo, 24 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2022
Novak Djokovic está definitivamente banido do Aberto da Austrália. Em julgamento final, o júri decidiu que o tenista sérvio ficará com seu visto cancelado e, portanto, impossibilitado de disputar a competição de tênis e buscar o recorde de 21 títulos no Grand Slam. O atual campeão do torneio será deportado e ainda terá que arcar com os custos do julgamento, que durou quase nove horas.
O Australian Open havia agendado a estreia de Djokovic no Grand Slam para esta segunda-feira (17), contra o também sérvio Miomir Kecmanovic. O horário do jogo, entretanto, constava como indefinido. A partida só seria confirmada caso o número 1 do mundo tivesse seu visto aprovado novamente.
O primeiro episódio para manter a realização dessa partida em aberto aconteceu na sexta-feira (14), quando o ministro dos Serviços a Imigrantes, Alex Hawke, cancelou de imediato o visto de Novak Djokovic por ele não estar vacinado contra a covid-19. O tenista, então, entrou com um recurso para permanecer na Austrália a fim de reverter a decisão e conseguir participar do torneio.
Apesar da revogação do visto, a deportação do número 1 do mundo não foi autorizada logo em seguida. O destino do campeão do mundo ficou pendente justamente desse julgamento, que ocorreu em Melbourne e foi composto por júri da Corte Federal. Os juízes responsáveis por esse veredicto definitivo foram: James Allsop, Anthony Besanko e David O’Callaghan.
Julgamento
Durante o julgamento, o advogado do governo australiano Stephen Lloyd argumentou que a presença de Novak Djokovic na Austrália poderia influenciar outras pessoas por se tratar de uma celebridade. Na visão de Lloyd, o tenista “com ou sem razão”, está endossando uma visão antivacina.
Ainda de acordo com o advogado, o ministro da Imigração, Alex Hawke, não precisa esperar evidências de que Djokovic esteja influenciando as pessoas para cancelar o seu visto, bastando apenas que exista esse risco.
A defesa do número 1 do mundo afirma que Djokovic não fez campanha contra a vacinação apesar de ter se posicionado publicamente contra a obrigatoriedade da vacina contra a covid. A imunização é um requisito para a participação no Aberto da Austrália, mas o tenista conseguiu uma autorização de exceção médica concedida pelos organizadores do Grand Slam por ter sido infectado pelo coronavírus em dezembro.
No julgamento de sábado (15), os advogados de Djokovic alegaram que o ministro australiano não considerou as consequências do cancelamento do visto do tenista. O representante do governo australiano respondeu afirmando que Alex Hawke estava ciente de tudo que sua decisão poderia acarretar, principalmente a respeito dos ativistas antivacina. Stephen Lloyd acrescentou que o ministro também estava ciente das consequências caso não cancelasse o visto de Novak Djokovic.
A audiência, que ocorreu no Tribunal Federal da Austrália, em Melbourne, chegou a ser interrompida por uma hora para que os presentes pudessem almoçar. Antes da paralisação, no entanto, os representantes dos dois lados (Djokovic e governo australiano) fizeram a exposição dos seus argumentos. Enquanto a defesa do tenista lutava para que o visto fosse restabelecido, as autoridades da Austrália defendiam o seu cancelamento, assim como o banimento do sérvio do Australia Open e a sua deportação do país.
Na última quarta (12), o sérvio admitiu não ter cumprido isolamento após testar positivo para a covid e que houve um erro no preenchimento do formulário apresentado na imigração. Além disso, a revista alemã Der Spiegel levantou suspeitas sobre os exames do tenista.
O Australia Open seguirá sem o número 1 do mundo, que será substituído por um “lucky loser” (perdedor sortudo), que é um tenista que foi derrotado no qualificatório do torneio, mas que irá herdar essa vaga que se abriu por conta da eliminação de Novak Djokovic.