Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2022
“Tivemos coragem de fazer em tempos de guerra o que não faríamos em tempos de paz", disse o ministro.
Foto: ReproduçãoAs contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registraram déficit primário de R$ 35,073 bilhões em 2021. O valor é o menor desde 2014 e bem menor que o rombo de R$ 743 bilhões no ano anterior, consequência dos gastos emergenciais com a pandemia de Covid-19. Os dados foram divulgados pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional) nesta sexta-feira (28).
“Tivemos coragem de fazer em tempos de guerra o que não faríamos em tempos de paz, que foi o controle das contas. Uma base importante foi o controle da despesa total do Governo Central. O Brasil conseguiu um desempenho extraordinário como nós esperávamos. Esperávamos um bom resultado fiscal e lutamos muito por isso”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“O déficit de 2021 mostra uma extraordinária recuperação, caindo de 10% para menos de 0,5% do PIB [Produto Interno Bruto]. Isso não aconteceu antes e não acontecerá de novo na história, porque essa geração teve a coragem de fazer o sacrifício e travar as despesas para que não faltassem recursos e se comprometesse as futuras gerações”, reforçou.
O déficit acontece quando as receitas do governo não foram suficientes para cobrir as despesas públicas do período. Desde maio de 2021, a arrecadação federal tem registrado recordes mensais, no entanto, não foi suficiente para que as contas públicas encerrassem o ano no positivo.
Ainda assim, o resultado ficou dentro da meta fiscal de R$ 247,118 bilhões, determinada pela Lei Orçamentária Anual do ano passado.
Inflação e arrecadação ajudaram
O déficit menor reflete a alta da arrecadação recorde causada pela melhora da economia e pela inflação, que fechou em 10,06% no ano passado. “Muito se falou que foi a inflação [que melhorou o resultado das contas], mas se a inflação fosse solução porque aumenta a receita, porque quando fomos a 5 mil porcento ou 2 mil porcento de inflação, não tivemos aumento de arrecadação resolvendo o problema das finanças públicas? Obviamente, é uma falácia usada por economistas mal preparados dizendo que a inflação que resolveu. O que resolve é controle das despesas”, salientou o ministro.
Além disso, o governo federal reverteu uma série de medidas tomadas durante 2020, que reduziu os gastos em 2021. O auxílio emergencial, por exemplo, ficou menor (de R$ 600 para uma média de R$ 250) e passou a atender menos pessoas.