Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2022
Valor a ser autorizado para resgate está em estudo, mas deve ficar entre R$ 500 e R$ 1.000.
Foto: José Cruz/Agência BrasilO governo quer anunciar, logo após o carnaval, uma nova rodada de saque do FGTS, que poderia, pelos estudos até o momento, liberar a cada trabalhador a retirada de até R$ 1 mil de suas contas no fundo. A medida pode beneficiar 40 milhões de trabalhadores e injetar 30 bilhões de reais neste ano eleitoral.
A ideia foi antecipada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Para autorizar o novo saque, o governo quer editar uma medida provisória (MP). O valor a que cada trabalhador terá direito vai depender dos saldos das contas existentes e deverá ser limitado a até R$ 1 mil.
Após o anúncio da medida, a Caixa Econômica Federal vai efetuar o pagamento dentro de um cronograma, de acordo com o mês de nascimento dos trabalhadores.
Com a pandemia da Covid-19, a equipe econômica cogitou liberar um novo saque emergencial em 2021, mas não havia disponibilidade de recursos no FGTS. Essa situação melhorou devido às aplicações do Fundo em títulos públicos com a alta da taxa de juros básica da economia, a Selic.
Em dezembro de 2017, o ex-presidente Michel Temer autorizou o saque das contas inativas do FGTS. A medida beneficiou 25,9 milhões de trabalhadores que sacaram do Fundo R$ 44,4 bilhões.
Em julho de 2019, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o saque imediato de R$ 500 por conta (ativa e inativa) do FGTS. A proposta também criou uma nova modalidade de saque no mês de aniversário do trabalhador. O saque imediato injetou R$ 28,1 bilhões na economia e beneficiou 60,4 milhões de trabalhadores.
Em abril de 2020, o presidente Jair Bolsonaro recorreu novamente ao FGTS, no bojo das medidas de enfrentamento da pandemia da Covid 19 e autorizou o saque emergencial do FGTS em valor equivalente ao salário mínimo (R$ 1.045), na época.
Para isso, o governo extinguiu o Fundo do Pis/Pasep e transferiu o saldo remanescente para o FGTS. O saque emergencial resultou em uma retirada de R$ 24,2 bilhões, beneficiando 31,7 milhões de trabalhadores.
Também nesta terça, novas reuniões sobre o tema foram realizadas entre os técnicos. Segundo integrantes do governo, embora o ministro tenha citado o uso do FGTS para o pagamento de dívidas e uma das principais intenções seja de fato ajudar os endividados, a tendência é que o valor seja liberado para todos os trabalhadores que tenham saldo disponível no fundo, com uso livre de acordo com as necessidades do beneficiário.
A medida é tomada enquanto os principais bancos brasileiros – como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil – esperam que o nível de inadimplência suba gradualmente neste ano. Já há sinais dessa elevação na carteira da pessoa física.