Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de fevereiro de 2022
Na cidade de Chuguiv, na Ucrânia, um homem usa um tapete para cobrir o corpo de uma vítima de bombas russas, em 24 de fevereiro de 2022.
Foto: ReproduçãoO preço do barril de petróleo ultrapassou os 100 dólares pela primeira vez em mais de sete anos nesta quinta-feira (24) e os estoques mundiais caíram após o lançamento de uma ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia.
As bolsas europeias caíram acentuadamente assim que começaram a ser abertas. Na Alemanha, Frankfurt perdeu mais de 5%, seguido por Milão e Paris (quase -4%), e Madrid e Londres, com uma perda de cerca de 3%.
O mercado de ações de Moscou caiu ainda mais de 25% e a moeda russa, o rublo, atingiu seu mínimo histórico em relação ao dólar, antes da intervenção do banco central russo.
Por sua vez, o preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril -a referência na Europa-, subiu 8,78%, a US$ 105,34.
Em Nova York, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em abril subiu 8,66%, para US$ 100,10.
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira o início de uma “operação militar” na Ucrânia. Kiev afirma que é uma “invasão de longo alcance”.
“Neste momento é impossível apostar em qualquer cenário”, diz Ipek Ozkardeskaya, analista da empresa de investimentos SwissQuote, para quem “é o pânico nos mercados”.
“Só podemos acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos e estar preparados para mais volatilidade”, acrescentou.
Alimentos
Nesta quinta-feira, o preço dos cereais bateu um recorde para as operações na Europa e o trigo subiu para um máximo de 344 euros por tonelada na plataforma Euronext, informaram analistas e operadores à AFP.
Os preços do trigo e do milho – dos quais a Ucrânia é o quarto maior produtor do mundo – subiram acentuadamente na abertura, poucas horas depois que a Rússia lançou uma invasão de Kiev.
Por outro lado, ativos considerados portos seguros, como o ouro – que subiu 2,31%, para 1.953 dólares a onça -, o dólar e o iene japonês também se valorizaram.
“As tensões russo-ucranianas levam a um possível choque de demanda [na Europa] e a um choque maior de oferta para o resto do mundo, dada a importância da Rússia e da Ucrânia na energia”, disse Tamas Strickland, do National Australia Bank.
Para um analista da Swissquote, “o aumento dos preços da energia é uma grande dor de cabeça para a Europa, porque 40% de seu gás natural e 30% de seu petróleo vêm da Rússia”.
Relativamente ao gás natural, o mercado de referência na Europa cresceu mais 21% do que no dia anterior.
A crise ocorre quando governos de todo o mundo lutam para conter a inflação, alimentada pela crescente demanda da reabertura da economia global.
Grande parte das atenções está voltada para o Federal Reserve dos EUA (Fed), cujas autoridades se preparam para elevar os juros em março para conter o aumento dos preços.