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Economia Governo pode reduzir tributos sobre fabricação de semicondutores para atrair investimentos

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Semicondutores podem ser encontrados na produção de automóveis. (Foto: Volkswagen)

Diante da escassez mundial, o governo brasileiro pode reduzir tributos para atrair investimentos para a fabricação de semicondutores no País. A questão foi discutida nesta semana em reunião entre representantes da indústria e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Fontes disseram ao portal do Estadão que Guedes sinalizou com o corte de impostos, entre eles Imposto de Renda para fabricantes de chips e de importação de insumos.

Em mais de uma hora de discussões, representantes de associações como Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi) e Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apresentaram ao ministro um cenário preocupante acerca do suprimento de semicondutores e a dependência brasileira de países como China e Taiwan.

A avaliação do setor é que, se já havia falta do produto durante a pandemia, a situação pode ser agravada com a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

De acordo com participantes, o ministro é favorável a aumentar a produção de itens de alta tecnologia e pediu que as associações ajudem o governo na captação de investidores para a produção dos chips. A avaliação é que o Brasil pode aumentar a participação em etapas em que hoje não participa, como o design dos semicondutores.

Chips

A escassez de semicondutores que começou com a pandemia de covid-19 seguirá como um problema para a indústria e para os consumidores pelo menos até a metade deste ano, encarecendo produtos eletroeletrônicos. A avaliação é da associação de representantes do setor e de especialistas no setor automotivo, um dos que sofreram impacto pela falta de componentes para circuitos elétricos.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), Rogério Nunes, disse que a demanda de produtos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aumentou com a pandemia, surpreendendo o setor de semicondutores que havia sido impactado pela interrupção de várias cadeias produtivas. “Esse setor de semicondutores é lento no retorno à produção. Ele demora alguns meses em função da sua característica de manufatura”, explicou.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou que a retração das vendas em outubro de 2021 é reflexo das dificuldades enfrentadas pela indústria, como a falta de componentes, em escassez mundial. “O ano de 2022 continuará sendo de grandes desafios na entrega de semicondutores ao setor automotivo”, disse.

“Fala-se entre 5 milhões e 7,5 milhões de carros não produzidos no mundo no ano passado. São 250 mil a 280 mil no Brasil em função disso, mas outros setores também já começaram a ser afetados – a partir desses últimos meses, a área de TICs, celulares”, observou Nunes. Para ele, a redução da oferta de celulares pode chegar a 10%, “principalmente em função do desabastecimento porque a demanda continua relativamente alta”.

“Não só a indústria automobilística, mas a indústria em geral teve muita dificuldade para implementar as normas de segurança, até todo mundo entender o que estava acontecendo”, lembrou Renan Pieri, economista da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele reforça que o setor de semicondutores tem certa inflexibilidade para se adequar à demanda. “A perspectiva é de regularização apenas no segundo semestre de 2022.”

Sobre as possibilidade de mitigação do problema, Pieri disse que a maior cooperação entre o próprio setor poderia ter amenizado o problema. “O que deveria ou poderia ter sido feito era uma coordenação entre as empresas da cadeia, todos os produtores, tanto de semicondutores como os demandantes, com o objetivo de criar medidas de cooperação, para que todo mundo conseguisse passar da melhor maneira possível pela crise”.

“Esse tipo de coordenação, no entanto, já que estamos falando de empresas ao redor do mundo inteiro, é muito difícil”, admite. Nunes, por sua vez, destacou dois fatores que devem ser levados em conta para analisar o atual quadro de escassez: a mudança tecnológica, que é inerente ao mercado, e questões contextuais e imprevisíveis, como a pandemia de covid-19. Essas questões, no entanto, lidam com fatores relacionados ao próprio setor.

“Temos uma excessiva concentração de manufatura desses produtos semicondutores na Ásia. Por exemplo, um país como Taiwan produz 43% de tudo que é o wafer [disco de silício] no mundo. A Coreia tem outros 21%, praticamente dominando 70% do que há de memórias no mundo”, acrescenta. Ele disse que outros países, como os Estados Unidos, começam a lançar incentivos para atrair manufatura. O mesmo, segundo ele, ocorre na Europa.

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https://www.osul.com.br/governo-pode-reduzir-tributos-sobre-fabricacao-de-semicondutores-para-atrair-investimentos/ Governo pode reduzir tributos sobre fabricação de semicondutores para atrair investimentos 2022-03-12
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