Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de março de 2022
Ela confessa que se arrependeu de não ter registrado a ocorrência na época e pede que as vítimas não façam o mesmo e denunciem.
Foto: Reprodução/YouTubeLuciana Temer, filha do ex-presidente Michel Temer, contou que foi vítima de estupro durante um assalto, quando tinha 27 anos. A revelação foi feita durante entrevista para a apresentadora Angélica, em seu canal no YouTube Mina Bem-Estar.
“Eu tinha 27 anos, havia saído recentemente do cargo de delegada em uma delegacia da mulher. A coisa mais natural do mundo seria registrar a ocorrência, mas não registrei. Eu pensava que nunca iriam achar, então para que me expor?”, desabafa.
Ela confessa que se arrependeu de não ter registrado a ocorrência na época e pede que as vítimas não façam o mesmo e denunciem. “A cura começa pela linguagem. A gente precisa falar para descobrir que não estamos sozinhas. Enquanto não rompermos o silêncio, essa realidade se manterá.”
Luciana é diretora do Instituto Libertas, que atua no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. A cada ano, mais de 500 mil casos de exploração sexual infantil são registrados no País, sendo 70% ocorridos dentro de casa e estima-se que apenas 10% dos casos seja notificados.
Angélica também contou sobre um abuso que sofreu em Paris, aos 15 anos, enquanto fotografava na rua.“Quando o fotógrafo falou que eu era uma cantora brasileira, um grupo de meninos foi se aproximando de mim, ficando perto e se esfregando em mim. Eu fiquei sem reação. Um deles passou a mão em mim inteira e fiquei petrificada. “Só depois eu descobri que aquilo era uma violência”, relatou pela primeira vez a apresentadora.
Violência contra mulher
O Projeto de Lei 4147/21, do Senado, estabelece um conjunto de ações em âmbito nacional de atendimento aos homens, em especial na área da saúde mental, com o intuito de prevenir a violência contra a mulher. O texto agora em análise na Câmara dos Deputados insere os dispositivos na Lei Maria da Penha.
A proposta determina ao poder público a criação de instrumentos facilitadores da assistência aos homens que demandam apoio para a contenção da violência doméstica.
Entre outros estão a disponibilização de serviço telefônico gratuito, de âmbito nacional, a capacitação de profissionais e ainda ações em telemedicina.
“O Brasil é o quinto colocado nas estatísticas de mortes violentas de mulheres (feminicídios), segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos”, disse o autor da proposta, senador Wellington Fagundes (PL-MT).
“Atualmente, os programas de atendimento focam situações de condenados ou de homens com processos já em curso, o que significa dizer que as medidas são efetivadas em momento posterior à violência doméstica”, afirmou. “O ideal é que haja ação preventiva”, continuou o parlamentar, ao defender as mudanças.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.