Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2022
De acordo com o presidente, a informação se refere a pessoas totalmente vacinadas, ou seja, que tomaram a dose única ou segunda dose da vacina há mais de 15 dias.
Foto: Reprodução/YouTubeA Polícia Federal (PF) pediu, nesta quarta-feira (30), mais prazo para concluir as investigações no inquérito que apura a associação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) da vacina contra a covid com a Aids.
Segundo a PF, o prazo extra servirá para receber documentos restantes. Além disso, a delegada Lorena Lima Nascimento, que conduz o caso, pediu que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, compartilhe os autos de uma petição em andamento no Supremo para fundamentar as investigações.
O pedido foi encaminhado nesta quarta, junto com documentos sobre o andamento das investigações até aqui.
Bolsonaro é acusado de ter cometido crime ao associar, durante uma live nas redes sociais, a vacina contra a covid com o surgimento de casos de pessoas com Aids. A associação não conta com respaldo científico.
No ano passado, quando abriu o inquérito, Moraes afirmou que “as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra o covid utilizam-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa”.
O Facebook tirou do ar, no dia 25 de outubro do ano passado, a live de Bolsonaro. A transmissão foi ao ar, ao vivo, em 21 de outubro e estava disponível para reprodução, como acontece com os conteúdos semelhantes. A remoção do vídeo se estendeu à conta do presidente no Instagram, rede social que também pertence ao Facebook.
De acordo com o presidente, a informação se refere a pessoas totalmente vacinadas, ou seja, que tomaram a dose única ou segunda dose da vacina há mais de 15 dias. “Só vou dar a notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito. Vamos lá: ‘Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo síndrome da imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto’. Recomendo, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live, não quero que caia a live aqui, quero dar informações”, afirmou Bolsonaro durante a transmissão, sem citar a fonte da matéria.
À época, em nota divulgada, o Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia esclareceu que “não se conhece nenhuma relação” entre qualquer vacina contra a covid e o desenvolvimento de aids. “Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”, diz a nota. O comitê recomenda ainda que pessoas que vivem com HIV (vírus da imunodeficiência humana)/aids devem ser completamente vacinadas contra covid.