Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2015
Membro da recém-encerrada CPI da Petrobras, a deputada Eliziane Gama (Rede-MA) protocolou, na sexta-feira, uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) para que a empresa de espionagem Kroll, contratada pela Câmara dos Deputados para investigar 12 personagens da Operação Lava-Jato, devolva 1,18 milhão de reais que recebeu. A companhia, que deveria encontrar ativos dos investigados no exterior, entregou à CPI apenas um relatório com colagens de reportagens e informações sigilosas dos investigados repassadas pela comissão.
“É imperioso salientar outros possíveis objetivos escusos que ensejaram a contratação da empresa”, ressaltou a deputada na representação, salientando que a Kroll foi contratada sem licitação pública.
No texto, a parlamentar aponta para “a lesividade dos atos das autoridades do Poder Legislativo federal responsáveis direta ou indiretamente pelo possível prejuízo ao erário”.
O trabalho da empresa de espionagem foi mencionado em apenas duas páginas do relatório aprovado na madrugada de quinta-feira na CPI.
A Kroll decidiu não renovar o contrato com a Câmara depois que houve vazamento dos nomes dos investigados, encerrando os trabalhos antes de chegar a qualquer conclusão.
A lista de investigados inclui delatores do esquema de corrupção da Petrobras, como o lobista Júlio Camargo, que acusou Cunha de receber propina de 5 milhões de reais em seu depoimento, e até mesmo Stael Fernanda Janene, viúva do deputado José Janene (PP-PR). Além de ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras e de empreiteiros, também há o nome do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.