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Saúde Viagra: remédios para disfunção erétil aumentam em 85% risco de doenças oculares graves, incluindo a cegueira

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Pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica também identificaram sintomas, como descolamento de retina e neuropatia óptica isquêmica. (Foto: Reprodução)

O uso contínuo de remédios para disfunção erétil – como Viagra, Cialis, Levitra e Stendra – aumenta em até 85% o risco de doenças oculares graves, que podem inclusive levar à cegueira. A descoberta é de pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica (UBC), no Canadá, publicada na revista científica JAMA Ophthalmology.

Algumas consequências na região dos olhos pelo uso regular da classe de medicamentos já eram relatadas, mas apenas agora foram confirmadas por um amplo estudo epidemiológico, afirmam os responsáveis.

Os pesquisadores analisaram dados de planos de saúde de 213 mil homens nos Estados Unidos que não haviam relatado problemas de visão um ano antes de darem início ao uso regular dos remédios. Eles compararam, então, as informações sobre quantos desses indivíduos desenvolveram uma ou mais condições após o uso dos medicamentos e quantos permaneceram sem distúrbios.

A conclusão foi de que o risco para descolamento de retina aumentou 2,5 vezes; o para oclusão venosa da retina (OVR), 1,4 vezes e o para neuropatia óptica isquêmica (NOI), 2,2 vezes.

A OVR é uma condição caracterizada pela obstrução de uma ou mais veias que da retina que levam oxigênio e nutrientes até ela, e seu diagnóstico é uma das principais causas de cegueira no mundo. Já a NOI também é um quadro grave que provoca a perda súbita de visão devido à suspensão do fluxo sanguíneo para o nervo óptico do olho, também de difícil reversão.

No geral, os responsáveis pelo estudo afirmam que o uso regular do Viagra e outros remédios para disfunção erétil elevam em até 85% as chances de desenvolver um dos três problemas de visão listados acima.

Risco baixo

“Estas são condições raras, e o risco individual de desenvolver uma delas permanece muito baixo para qualquer usuário. No entanto, o grande número de prescrições realizadas a cada mês nos EUA – cerca de 20 milhões – significa que um número significativo de pessoas pode ser afetado. Os usuários regulares desses medicamentos que percebem alguma alteração na visão devem levar isso a sério e procurar atendimento médico”, afirma o professor do departamento de oftalmologia e ciências visuais da Faculdade de Medicina da UBC, Mahyar Etminan, em comunicado.

Embora o estudo tenha identificado uma relação estatística entre o uso contínuo dos medicamentos e a elevação no risco de doenças, os pesquisadores não buscaram identificar exatamente o mecanismo que provoca esse aumento. No entanto, eles destacam que a maneira como esses remédios atuam no organismo sugerem algumas hipóteses.

“Esses medicamentos tratam a disfunção erétil melhorando o fluxo sanguíneo na área, mas sabemos que eles também podem dificultar o fluxo sanguíneo em outras partes do corpo. Então, embora nosso estudo não prove causa e efeito, existe um mecanismo pelo qual esses medicamentos podem levar a esses problemas. A totalidade das evidências aponta para um vínculo forte”, explicou Etminan

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