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Mundo Ucrânia usa inteligência artificial para identificar autores de massacres

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Empresa dos EUA fornece base de dados com 10 bilhões de fotos e mais de 2 bilhões de imagens da rede social russa VKontakte. (Foto: Fernando Frazão/ABr)

O vice-primeiro-ministro ucraniano e responsável pela Transformação Digital, Myjailo Fedorov, afirmou no fim de semana que a tecnologia de reconhecimento facial e a inteligência artificial já permitiram localizar e identificar muitos dos autores de assassinatos em Bucha e Irpin.

“Hoje, a tecnologia possibilita encontrar todos aqueles que foram capturados pelo menos uma vez por um alvo. E, levando em conta o quanto gostam de colocar fotografias na internet e o número de câmeras nas cidades e nas casas, resolveremos essa questão muito rapidamente”, disse Fedorov, citado pela agência de notícias Unian.

“De fato, muitos assassinos que aterrorizaram civis em Bucha e Irpen já foram encontrados. Dentro de pouco tempo, vamos estabelecer toda a informação sobre essas pessoas: os seus perfis nas redes sociais, onde e com quem servem e vivem”, afirmou.

O Ministério da Defesa da Ucrânia começou a utilizar a tecnologia de reconhecimento facial Clearview AI para reconhecer os invasores russos, combater a desinformação e identificar os mortos, segundo Unian.

A Clearview AI, empresa americana de reconhecimento facial, fornece software a empresas, agências de aplicação da lei, universidades e indivíduos, e a sua base de dados inclui 10 bilhões de fotos e mais de 2 bilhões de imagens da rede social russa VKontakte.

Críticas

Além de identificar os autores de massacres na Ucrânia, o país usa os dados obtidos no processo para localizar e notificar os parentes dos mortos, em uma operação que visa, segundo o governo local, furar o filtro russo de informações sobre a guerra para seus próprios cidadãos.

Embora esse tipo de inteligência artificial possa frustrar o sigilo exigido pelo Kremlin, seu potencial de erro é considerável. “Se você é um parente russo informado de que seu filho morreu sem que isso seja verdade, haverá um complexo dilema ético”, disse Jim Hendler, diretor do Instituto de Exploração e Aplicativos de Dados do Rensselaer Polytechnic Institute, no estado de Nova York.

A Clearview AI, regularmente criticada por defensores da privacidade, diz que oferece às autoridades ucranianas acesso gratuito ao seu serviço que combina imagens da internet com fotos enviadas por usuários que tentam identificar alguém.

“As autoridades ucranianas que receberam acesso ao Clearview AI expressaram sua empolgação e esperamos ouvir mais”, disse Hoan Ton-That, CEO e fundador da empresa, em comunicado.

O vice-primeiro-ministro ucraniano, Mykhailo Fedorov, escreveu que o país estava usando “inteligência artificial” para pesquisar nas redes sociais perfis de soldados russos por meio de imagens de seus corpos e, em seguida, relatar suas mortes a seus entes queridos.

Fedorov acrescentou que um dos propósitos é “dissipar o mito de uma ‘operação especial'”, referindo-se à insistente definição de guerra de Moscou.

Notícias sobre a morte de soldados e seus funerais foram publicadas na mídia russa, indicando que os oficiais informaram às famílias pouco mais do que o local onde seus parentes foram mortos.

O reconhecimento facial surge na guerra como uma tecnologia que enfrenta questões significativas, que vão desde a intrusão na privacidade das pessoas até críticas à identificação errônea de pessoas negras.

Especialistas apontam que o reconhecimento facial pode ser particularmente problemático quando usado em cadáveres, especialmente porque as pessoas parecem muito diferentes depois de terem sofrido ferimentos de guerra do que em suas fotos de casamento, quando estão sorridentes e bem iluminadas, por exemplo.

“Um dos problemas mais conhecidos com a tecnologia de reconhecimento facial é que ela não é perfeita e cometerá erros que, em alguns casos, podem mudar vidas”, diz Eric Goldman, codiretor do Instituto de Direito em Alta Tecnologia da Universidade de Faculdade de Direito da Califórnia em Santa Clara.

Por outro lado, Goldman acrescenta que, muito depois das guerras, há famílias que não sabem o que aconteceu com seus entes queridos que foram lutar e nunca mais voltaram, observando a utilidade potencial da tecnologia nesses casos. “Podemos imaginar circunstâncias em que a capacidade de reduzir o número de pessoas desaparecidas em ação seria realmente útil”, afirma ele.

Em uma carta oferecendo seus serviços às autoridades ucranianas, a Clearview, que se baseia em imagens de páginas públicas da web, argumentou que seu software poderia ser realmente útil.

A empresa, que recentemente foi multada em cerca de US$ 22 milhões pelo uso de seu programa na Itália, disse que seu banco de dados inclui cerca de dois bilhões de imagens do VK, o equivalente russo do Facebook, e pode ajudar a identificar os mortos sem a necessidade de informações como impressões digitais.

Quanto à capacidade de identificar com precisão os mortos, a Clearview afirmou funcionar “efetivamente, independentemente de danos faciais que possam ter ocorrido”.

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https://www.osul.com.br/ucrania-usa-inteligencia-artificial-para-identificar-autores-de-massacres/ Ucrânia usa inteligência artificial para identificar autores de massacres 2022-04-10
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