Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2015
Para separar o que é frescura do que é erro, a reportagem fez um passo a passo para servir vinhos. Confira.
Cápsula: arranque ou corte, mas não rasgue.
São duas opções. A mais simples e rápida (e informal) é arrancar a cápsula inteira. A maior parte delas sai facilmente, basta dar umas giradinhas e ir puxando que ela solta do gargalo. Algumas fazem jogo duro, daí a opção é seguir a etiqueta do restaurante: o correto é cortar a cápsula na altura da segunda lombada do gargalo. O importante é que o vinho não toque a cápsula, que pode levar materiais que fazem mal à saúde em sua composição, como chumbo e estanho. O que não pode
é enfiar o saca-rolha na garrafa com lacre e tudo e arrancar a rolha dali, rasgando a cápsula de qualquer jeito.
Saca-rolha: invista no clássico.
O melhor saca-rolha é o clássico, aquele que cabe em qualquer lugar, que tem uma rosca, dois apoios para extrair a rolha e uma lâmina do outro lado, para cortar a cápsula – ele quase sempre é chamado de saca-rolhas dois estágios. Este modelo exige um treino mínimo, para se acostumar às inclinações de puxar a rolha. Mas uma vez passada essa fase de ajuste, não há dúvidas, é o melhor. Esqueça modelos sofisticados, elétricos, de pressão,
os que vêm em grandes estojos…
Corta-gotas: em casa vale.
Ele não aparece em restaurantes, mas em casa quebra um galho. Evita acidentes e pode salvar aquela sua toalha bonita. É reutilizável e barato: um brinde comum das importadoras e lojas de vinhos.
Taças: quantas e quais?
Se a ideia é beber da forma mais descontraída possível, taças grandes (Bordeaux) funcionam bem para todos os vinhos, até espumantes e de sobremesa. Se quiser caprichar, tenha três tipos: uma flûte não muito estreita para espumantes, uma grande e alta para tintos, ao estilo Bordeaux e uma taça menor para os brancos. Pontos fundamentais: elas devem ser transparentes e de cristal ou vidro de boa qualidade. E devem ser bem limpas: enxague e seque com pano seco. Nunca deixe vinho no copo de um dia para o outro e não use secante na máquina de lavar louça.
Temperatura errada é o fim da picada.
Aqui não tem papo: temperatura errada estraga o vinho. Não precisa ter um termômetro: deixe os brancos por 30 minutos na geladeira ou 15 em um balde com gelo. Os tintos devem ficar 10 minutos na geladeira ou 5 minutos no balde. Na dúvida, melhor errar para mais frio e deixar esquentar no copo. Na adega, mantenha 16 graus. No termômetro: brancos, de 8 graus a 12 graus. Tintos, de 15 graus a 18 graus.
A ordem altera sim o produto.
Todo mundo sabe que a ordem é ir do vinho mais leve para o mais encorpado, do jovem para o mais velho. E que, em geral, a sequência é: espumantes, brancos, rosés, tintos e doces (de sobremesa ou fortificados). Mas qual se deve abrir primeiro, o melhor ou o pior? Se tiver convidados, abra primeiro o melhor, para que seja apreciado por papilas atentas. E não faça uma queda brusca para o segundo, pois ele terá seus defeitos salientados.
Uma coisa é aerar, outra é decantar.
Aerar serve para abrir os aromas do vinho. Já decantar tem como objetivo separar borra e sedimentos da bebida. Girar a taça é uma forma de aeração, e basta para tomar um vinho em casa – virar a bebida em um decanter também serve para aerá-la. Já para decantar, é preciso cuidado para não deixar o sedimento ir para o decanter.
Uma dica é deixar a garrafa em pé por um tempo e retirar toda a cápsula para enxergar melhor a passagem do vinho pelo gargalo. Se for comprar um decanter, compre de cristal ou vidro bom, mantenha-o limpo e seco. O decanter é usado, na maioria das vezes, com vinho tinto. Mas como também serve para aerar a bebida, pode virar o vinho branco ali também.