Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Leandro Mazzini | 29 de abril de 2022
Estatal assaltada há anos por um consórcio formado por expoentes ocultos do MDB, PTB e PT nos últimos 20 anos, os Correios ganharam atenção do atual Governo, que convocou para a missão o general Floriano Peixoto. O linha-dura tirou a estatal dos casos policiais e apontou o rumo para lucros seguidos desde 2019 – o que motivou o Ministério da Economia aventar a privatização da estatal. O plano ainda está em vigor, apesar da resistência dos funcionários. Causa mais apreensão a notícia que chegou a corredores da sede ontem. O presidente Jair Bolsonaro prevê uma visita hoje ao prédio, na Esplanada. Somente funcionários – servidores e comissionados – do alto escalão foram avisados da agenda misteriosa.
Prazo
Assim como a privatização da Eletrobras, o ministro Paulo Guedes tem prazo para destravar a venda, que é maio. Bancos e uma multinacional latina estão de olho nos Correios.
Em jogo
O que está em jogo nos Correios são os milhares de pontos próprios e franqueados, cobrindo 90% do País; o e-commerce; e o cadastro de milhões de brasileiros – o mailing oficial é um pote de ouro com acesso a potenciais consumidores.
Varredura
O GSI já mandara ontem fazer uma varredura na precursora da visita, em todo o prédio. Não havia confirmação, até o fechamento desta Coluna, se Bolsonaro realmente aparece hoje, e qual o interesse na agenda.
Assalto nas alturas
Segue a via-crúcis do brasileiro, vítima das gananciosas companhias aéreas. Não bastasse subirem as tarifas com a desculpa esfarrapada da guerra Rússia-Ucrânia, abusam do tempo do cliente indefeso.
E o lanchinho?
Um voo de Goiânia para Belo Horizonte hoje à noite, por exemplo, sai por quase R$ 3 mil e passa antes por até 3 conexões e aterrissa de manhã no destino. E o lanchinho? Sumiu do corredor.
Ação
A ação do Grupo Prerrogativas e deputados petistas contra Sergio Moro – na qual pedem a reparação pelos “enormes prejuízos financeiros, políticos e morais ao patrimônio público nacional e à Justiça brasileira” -, contrasta com os números pujantes da Lava Jato.
Leniência & repatriação
Dados do Ministério Público no Paraná mostram que, nos últimos sete anos, foram homologados acordos de leniência, de delação premiada e de repatriação que recuperaram R$ 25 bi desviados dos cofres públicos. Só a Petrobrás recuperou R$ 6,24 bilhões.
MP da Sucata
Caso o Congresso aprove a chamada Medida Provisória da sucata (MP 1.112/22), a ciência terá uma perda de cerca de até R$ 3 bilhões este ano. Os cálculos são do presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino.
Desvio
À Coluna, ele cita como exemplo a Universidade Federal do Rio (UFRJ) que recebe 22% dos recursos provenientes de petrolíferas – uma receita de até R$ 3 bi anuais. A MP desvia recursos para um programa de desmonte e sucateamento de caminhões. A pedido do Confies, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) prometeu agir para tentar derrubar a MP.
Meio expediente
Entre janeiro de 2019 – quando assumiu o Governo -, e fevereiro de 2022, Bolsonaro trabalhou, na média geral, 4,8 horas por dia. O dado foi pincelado da agenda oficial do presidente pelo cientista político Dalson Figueiredo, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Escravidão
O Ministério Público do Trabalho obteve liminar contra o fazendeiro Raul Alves Roberti, dono de uma propriedade de café em Vila Valério. Ele foi alvo de operação por manter cerca de 80 trabalhadores em condições análogas à escravidão.
ESPLANADEIRA
# Supermercados Mundial doa 20% dos lucros da linha Cafuné, da Unilever, para resgate de animais silvestres.
# SC Johnson doou 25 mil repelentes contra mosquitos para três ONGs no Rio de Janeiro.
# Ana Mariza Fontoura lança obra “O triunfo de Pelágio e o mundo sem a Graça”.
# Editora Colli Books participa até dia 1º de maio do Flipoços virtual 2022, em Poços de Caldas (MG)
# Sambatech registra crescimento de 29% no faturamento de 2021.
Com a colaboração de Walmor Parente.
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