Sexta-feira, 18 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2022
Mais de mil soldados ucranianos que se renderam na cidade de Mariupol, na Ucrânia, foram transferidos para a Rússia e serão submetidos a uma investigação. A informação foi confirmada pela Agência de notícias Tass na terça-feira, citando uma autoridade russa como fonte.
Conforme a agência de notícias Reuters, caso seja confirmada, a notícia pode minar negociações para o fim do conflito entre os dois países. Kiev quer que os mais de 2 mil combatentes que se renderam da siderúrgica Azovstal sejam libertados em troca de prisioneiros russos, mas Moscou exigiu que alguns dele sejam julgados.
“Mais de mil pessoas de Azovstal foram trazidas para a Rússia. Órgãos policiais estão trabalhando de perto com eles”, informou a Tass, sem dar detalhes sobre o que deve ocorrer em seguida.
O Exército russo anunciou em 20 de maio a “liberação total” de Mariupol. O desfecho ocorreu quase um mês depois de o presidente russo, Vladimir Putin, reivindicar vitória na cidade e ordenar o cerco no local.
O imenso complexo siderúrgico, com seu labirinto de galerias subterrâneas construídas no período soviético, era o último foco de resistência ucraniana na cidade portuária estratégica do Sudeste da Ucrânia, bombardeada sem trégua pelos russos. As rendições ocorreram após um acordo para que todos deixassem o local e encerrassem um dos mais longos cercos armados desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro.
A extensa rede de túneis também abrigou centenas de civis durante as etapas mais violentas da ofensiva. Eles conseguiram ser retirados com a ajuda da Cruz Vermelha e da ONU, além da suspensão esporádica dos ataques para a criação de corredores de fuga.
Inicialmente, os soldados ucranianos foram levados para áreas controladas por forças pró-Moscou e órgãos internacionais fizeram um apelo para que as convenções internacionais sobre o tratamento de prisioneiros de guerra fossem cumpridas. Na época, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, também afirmou que todos os combatentes seriam trocados por prisioneiros russos e “em breve” estariam a caminho de casa.
Troca de corpos
Nesta quarta-feira (8), a Ucrânia anunciou uma nova troca de corpos de soldados russos e ucranianos, incluindo os de alguns defensores da siderúrgica de Azovstal em Mariupol. “Houve uma nova troca de corpos de militares. Nos entregaram 50 heróis mortos”, anunciou o ministério ucraniano da Reintegração. “Entre eles 37 são de Azovstal”, acrescentou.
A troca ocorreu na linha de frente na região de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, “sob a regra 50 contra 50”, disse o ministério, que anunciou na semana passada a primeira troca de 160 corpos de soldados ucranianos contra 160 russos.
A Associação de Familiares de Defensores de Azovstal anunciou na terça-feira que os corpos de seus familiares chegaram a Kiev.
“Entre os corpos, um terço é dos defensores de Azovstal”, disse a associação no Telegram, acrescentando que os familiares aguardavam o agendamento de um processo de identificação. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.