Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2022
O presidente Jair Bolsonaro (PL), em entrevista para a Rádio Itatiaia nesta quarta-feira (22), comentou a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e afirmou que ele terá que responder sobre as denúncias de ilegalidades.
“Se a Polícia Federal prendeu, tem um motivo. E o ex-ministro vai se explicar. Nós afastamos na hora que tínhamos que afastar, quando surgiram as denúncias”, disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que os ministérios têm sistemas de compliance para evitar desvios de recursos públicos. No entanto, ele ressaltou que Milton Ribeiro deverá responder pelos seus atos.
“O caso do Milton, pelo que estou sabendo, é que ele estaria com conversa informal demais com algumas pessoas de confiança dele. Daí houve denúncia que ele teria buscado prefeito e gente dele para negociar e liberar recurso. Nós afastamos ele. Sinal que a PF está agindo. Ele que responda pelos atos dele. Peço a Deus para que não tenha problema nenhum. Mas, se tiver problema, a PF está investigando”, afirmou Bolsonaro.
Prisão
Ribeiro foi preso nesta quarta por suspeitas de envolvimento em corrupção e tráfico de influência durante sua gestão à frente do Ministério da Educação.
Também foram presos e alvo de mandados de busca e apreensão os pastores lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, por suspeitas de crimes na liberação de recursos do MEC para prefeituras, além de Luciano Musse, ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva da pasta, e o ex-assessor da Secretaria de Planejamento Urbano da prefeitura de Goiânia Helder Bartolomeu.
A operação da PF foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência durante a gestão de Milton Ribeiro. A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal, mas foi enviada à primeira instância depois que Milton deixou o cargo de ministro da Educação do governo Bolsonaro.
No total, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões preventivas nos Estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal, além de medidas cautelares como a proibição do contato entre os investigados.
Investigação
A investigação envolve um áudio no qual Ribeiro dizia liberar verbas da pasta por indicação de dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, a pedido de Bolsonaro.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse o ministro no áudio.
Alguns prefeitos também denunciaram pedidos de propina – em dinheiro e em ouro – em troca da liberação de recursos para os municípios. Milton Ribeiro disse que pediu apuração dessas denúncias à Controladoria-Geral da União.
Ribeiro já havia prestado depoimento à PF no final de março, quando confirmou que recebeu o pastor Gilmar a pedido de Bolsonaro.